Entramos no período do Natal, época de festa, de amor, alegria, harmonia e celebração. Época de nos encontrarmos em nós mesmos, para poder refletir sobre o que fizemos ao longo do ano e tentarmos buscar melhorias em nossas vidas para o novo ano que se aproxima. Celebramos o nascimento do Menino Jesus. Celebramos a vida!

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É muito triste olhar ao nosso redor e perceber no que se tornou o mundo. As pessoas e nossos governantes estão cada vez mais insensíveis e indiferentes às atrocidades que decorrem no mundo, e em especial para nós, na Ucrânia.

Assistimos a tudo isso com profunda tristeza, e é lamentável ver o comportamento daqueles que poderiam fazer algo, dizer apenas uma palavra de conforto à comunidade ucraniana e aos ucranianos, ou manifestar discordância por todas essas injustiças que invadem o território de nossos ancestrais a cada dia, e dar um apoio mínimo que seja – mas muito simbólico – a esse país que sofre tanto ao longo de sua existência. O povo ucraniano é um povo perseguido pela sua fé, pelo orgulho de suas raízes, da sua língua, de suas tradições, da sua religião, e é um povo guerreiro que jamais se deixa vencer. Esses governantes preferem fechar os olhos por questões de comodismo, questões meramente econômicas e ideológicas. Assim é mais prático, e ninguém precisa sair de sua zona de conforto!

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Os agressores continuam a aterrorizar a vida dos ucranianos, invadindo seu território legítimo e soberano, matando seus soldados e até mesmo civis. Um desrespeito total aos direitos humanos e à ordem internacional. Nós nos perguntamos: onde estão todos esses órgãos de defesa dos direitos que deveriam manter a ordem internacional? Porque só estamos ouvindo conversas e mais conversas, cujo resultado até agora é a baixa de mais de 4 mil pessoas inocentes, entre eles jovens, crianças e chefes de família.

Será que essas pessoas responsáveis em manter a ordem internacional conseguirão olhar para seus familiares e desejar um feliz Natal, sem nenhum remorso, sabendo que, por comodismo e covardia, nesse mesmo momento nossos soldados estão morrendo por uma guerra absurda, que lhes foi imposta? Sem lógica cabível! Será que o resultado das vendas e da troca comercial é mais importante que a vida de milhares de inocentes?

No Brasil, a comunidade é de aproximadamente 500 mil descendentes, que se fazem presentes na sociedade brasileira há mais de 120 anos. Uma comunidade que muito nos honra e nos dignifica com sua força, sua fé, sua luta, e com a preservação da cultura, constantemente no nosso renomado folclore e na mídia. Uma comunidade que colabora vivamente na economia, na agricultura, na religião e na tradição que já virou símbolo no estado do Paraná, com a famosa pêssanka, ovo pintado à mão que simboliza a vida. A cidade de Prudentópolis, que eu adoro denominar coração ucraniano no Brasil, tem mais de 70% da sua população de origem ucraniana. Com muito orgulho, mantém viva a cultura e a língua de seus ancestrais no seu dia a dia.

Todos nós, representantes diplomáticos, ucranianos, descendentes de ucranianos no Brasil e amigos da Ucrânia, rogamos a Deus para que o mundo e os governantes de bem não abandonem a Ucrânia. E que a Ucrânia vença essa luta pela sua soberania, independência, liberdade e escolha europeia.

Que essa guerra cínica acabe, e que nossos soldados e todos aqueles que tiveram suas vidas invadidas injustamente regressem para suas casas e para suas famílias neste Natal.

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E que todos sempre tenham orgulho de ser ucranianos e que sempre nos seus olhos possam brilhar e refletir as palavras: Slava Ukraini! Glória à Ucrânia! Heroyam slava! Glória aos heróis!

Fabiana Tronenko é embaixatriz da Ucrânia no Brasil.

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