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A escola é importante por ser um ambiente seguro, onde seus filhos estão sendo cuidados e preparados para o futuro.
Imagem ilustrativa.| Foto: Shutterstock

Estamos iniciando mais um ano e temos necessidade de motivar a esperança e a solidariedade, para que este ano seja um ano bom. É preciso resgatar valores mais altos, que possam alimentar nossa esperança de um mundo melhor para todos.

Um dos pontos principais para que haja o progresso que nós desejamos é a educação. Sem escola, sem estudo, sem educação verdadeira, dificilmente vamos superar as mazelas que a tempo afligem nossa sociedade. Somente a educação pode alargar o horizonte, fazer-nos tolerantes uns com os outros no respeito à diversidade. A tolerância deve vir acompanhada do amor, acolhida e gosto pela verdade.

Na história, há momentos em que é preciso tomar decisões basilares que imprimam marcas na nossa forma de viver e nos posiciona diante do futuro.

O papa Francisco lançou em 12 de setembro de 2019 o chamado Pacto Educativo Global, para reavivar o compromisso com as novas gerações, renovando a paixão por uma educação aberta e inclusiva, capaz de ouvir com paciência e promover a compreensão mútua.

Este Pacto Educativo Global está fazendo seu caminho, vai avançando especialmente entre os jovens. Ele quer ser um convite ao diálogo, sobre a forma como estamos construindo o futuro do planeta e sobre a necessidade de investir nos talentos dos mais jovens. Toda mudança precisa de um caminho, um percurso educativo para fazer amadurecer uma nova solidariedade universal, sem a qual não há futuro para a sociedade.

O papa Francisco escreveu na mensagem para o lançamento do Pacto Educativo Global: “Convido a cada um para ser protagonista desta aliança, assumindo o compromisso pessoal e comunitário de cultivar, juntos, o sonho de um humanismo solidário, que corresponda às expectativas do homem e ao desígnio de Deus”.

Para alcançar este objetivo, se propõe às pessoas de boa vontade, sete compromissos ou caminhos para se chegar a uma sociedade mais humana, justa e fraterna. Um deles é colocar a pessoa no centro de cada processo educativo, ressaltar sua capacidade de estar se relacionando com os outros, contra a cultura do “descartável”.

Outros desses compromissos são ouvir as gerações mais novas. Escutar a voz das crianças e adolescentes, para juntos construir um futuro de justiça e paz, uma vida digna para cada pessoa; promover a mulher, favorecendo a participação das meninas e jovens na educação; e responsabilizar a família, vendo nela o primeiro e indispensável sujeito educador.

Também são compromissos listados pelo papa se abrir à acolhida. Educar e educar-nos à acolhida, abrindo-nos aos mais vulneráveis e marginalizados; renovar a economia e a política. Estudar novas formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, o serviço do homem e de toda a família humana na perspectiva de uma ecologia integral; e cuidar da casa comum, nossa Terra. Proteger seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios e visando energias renováveis e respeitosas do meio ambiente.

Na história, há momentos em que é preciso tomar decisões basilares que imprimam marcas na nossa forma de viver e nos posiciona diante do futuro. Este Pacto Educativo Global quer empenhar todas as pessoas e instituições, em especial as de ensino, para formação de pessoas maduras e livres.

Somente assim, poderemos acreditar, partindo da educação com qualidade para todos, em um país no qual vale a pena viver. Um país livre da ignorância que é, segundo dizia um famoso general, pior que a guerra.

Pedro Carlos Cipollini é bispo de Santo André.

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