![O Paraná aguarda bons projetos para o seu futuro | Daniel Caron/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2018/03/7e0d82ba37bbdb3e62009b15d48919b4-gpLarge.jpg)
As negociações e articulações compõem a base da política. É por meio dessas manifestações que as lideranças e os partidos elegem seus candidatos a cada eleição. Mas, paralelamente, no sistema complexo e já ultrapassado que ocorre na política brasileira, é preciso evitar que essas articulações se transformem num vaivém de interesses pessoais ao qual a sociedade apenas assiste, entre a perplexidade e a expectativa.
Enquanto o debate sobre a sucessão presidencial está cercado por um mar de dificuldades e dúvidas, aqui no Paraná estamos entrando no prazo limítrofe do pós-carnaval – data extra oficial que se impôs como marco, ao modo brasileiro, para que, ao início de cada ano no qual ocorrem eleições, tenhamos o quadro político minimamente delineado, senão completo, pelo menos estabilizado.
Temos pré-candidatos de tradição na política do estado, como o ex-senador Osmar Dias e o ex-governador Roberto Requião. E novas lideranças que vêm se destacando, como o deputado Ratinho Jr. e a vice-governadora Cida Borghetti, além do prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho. São nomes que representam um amplo espectro da sociedade paranaense na disputa ao governo.
A nossa sociedade carece de informações básicas sobre temas fundamentais
Diante do atual contexto, cabe ao governador Beto Richa anunciar sua decisão sobre o próprio futuro político – se termina o mandato que recebeu do povo do Paraná nas urnas, ou se disputa uma vaga no Senado, seguindo a tradição de outros antecessores, como seu pai, José Richa, e o já citado Requião. Ao tornar pública sua decisão, o governador deixará o caminho aberto para as novas composições políticas e facilitará a formação das chapas que vão disputar o governo.
O Paraná segue em suspenso, esperando que as decisões sejam tomadas após as reflexões maduras e análises de cada grupo político. É um período rico, de fato, em termos de articulações. Mas requer, também, que cada pré-candidato vá esboçando e expondo à sociedade o projeto que idealiza para o Paraná, a fim de atrair o voto popular.
A nossa sociedade carece de informações básicas sobre temas fundamentais como a questão do pedágio, cujos contratos de concessão se encerram durante a próxima gestão; os projetos para equacionar nossos gargalos de transporte, tanto rodoviários como ferroviários; os graves problemas da segurança; e os investimentos na educação e na saúde.
Leia também: Pedágios: é hora de olhar para o futuro (artigo de Edson Campagnolo, publicado em 4 de março de 2018)
Para os empresários paranaenses, em particular, encurralados de um lado pela crise brasileira e por outro pelo aumento de impostos que atingiu a todos, dos micro aos grandes grupos, é importante que cada candidato estabeleça, com clareza, como vai retomar o caminho do crescimento do estado. E, nesse caminho, se a sociedade poderá contar com a tão esperada e necessária reforma administrativa, com um drástico enxugamento da máquina pública que permita uma reforma tributária como condição fundamental para consolidação do nosso desenvolvimento.
O comprometimento com o projeto de cada candidato, portanto, se faz agora, quando se estabelecem as coligações e uniões partidárias. Sem esses compromissos, estaremos fadados a assistir a mais uma campanha eleitoral voltada apenas para o resultado das urnas, o que pressupõe um governo de incógnitas e dúvidas. E nada é mais lamentável para uma sociedade, em todos os seus níveis, do que a insegurança quanto ao seu futuro próximo.
Até abril, pelo menos no Paraná, cada pré-candidato tem a grande oportunidade de montar suas chapas e formar coligações em torno de bons projetos para o futuro. É o que os paranaenses aguardam.
-
Lula usa alta do dólar para antecipar jogo eleitoral e minimizar o rombo fiscal
-
A disparada do dólar não tem nada de anormal
-
Apadrinhados por Bolsonaro e Caiado, dois candidatos de direita devem disputar 1º turno em Goiânia
-
Reino Unido realiza eleição com trabalhistas favoritos e direita nacionalista ameaçando conservadores
Deixe sua opinião