Um dos maiores eventos mundiais de comércio internacional, a Expo Dubai é uma feira de seis meses que reúne as maiores potências do planeta para reuniões de negócios. Até agora, a estrela do evento foi o Paraná, que levou uma comitiva expressiva formada por políticos e empresários com o objetivo de atrair investimentos para a região. Para conversar com os representantes e conhecer o estado, aproximadamente 50 mil visitantes estrangeiros se fizeram presentes na área dedicada ao Paraná na feira.
Esse sucesso não se dá por acaso. Recentemente, o estado abriu um escritório de negócios em Dubai, o maior dos Emirados Árabes. Para que isso acontecesse, foram necessários massivos investimentos logísticos para que o estado seja líder em exportação de produtos a granel pelo Porto de Paranaguá, fortalecendo, assim, o agronegócio. O fato de o Paraná ser um imenso corredor logístico para escoamento das produções e safras de grãos e outros produtos a granel do Brasil inteiro é um grande chamariz de investimentos diretos.
O volume de investimentos potenciais é muito atrativo para o estado. Segundo o governo federal, é esperado um montante de mais de R$ 70 bilhões em investimentos privados no Brasil. Para o Paraná, eles vêm em forma de aportes em infraestrutura, como a construção de estradas, geração e transmissão de energia elétrica sustentável e turismo.
Os resultados da exposição do Paraná nos Emirados Árabes são animadores. Somos o lar de grandes cooperativas, o que nos habilita a ter um agronegócio lucrativo e pujante, responsável pela alimentação de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Contando tanto com produtos vegetais quanto com proteínas, o Paraná tem muito a ganhar com o aumento da exportação desses insumos para os países do mundo árabe, que importam a maior parte do que consomem por estarem em uma região climaticamente desfavorecida.
Se o Brasil pode ser considerado o celeiro da Terra em termos de alimentação, energia e recursos naturais, os árabes e o mundo estão descobrindo que o Paraná é o celeiro do Brasil.
Os investimentos em agronegócio e infraestrutura que possibilitam maior aporte tecnológico nessas estruturas aumentam a qualidade de vida dos trabalhadores das duas áreas. Duplicação de estradas e modernização de rodovias, aliadas a investimentos maiores em ferrovias, são essenciais para garantir que o Paraná continue em uma rota de crescimento contínuo, levando recursos para o mundo e se colocando como região de destaque no Brasil.
Da mesma maneira, com nossa vocação para uma matriz energética ambientalmente limpa e renovável, principalmente em razão da existência da usina hidrelétrica de Itaipu e demais componentes do sistema, o Paraná tem potencial para receber ainda mais investimentos na área. No turismo, também, segundo o governo, o estado está bem colocado com um dos maiores pontos turísticos do país: as Cataratas do Iguaçu. O destino, inclusive, fez os árabes levantarem a possibilidade de voos semanais diretos para o aeroporto de Foz do Iguaçu pela companhia aérea Emirates.
Se o Brasil pode ser considerado o celeiro da Terra em termos de alimentação, energia e recursos naturais, os árabes e o mundo estão descobrindo que o Paraná é o celeiro do Brasil. Isso coloca em uma posição muito confortável aquelas empresas com vontade de se internacionalizar e capturar receitas em dólares, bem como os profissionais que entendem, praticam e trabalham com negócios internacionais no estado.
Caio Camargo da Silva é mestre em Administração e professor do curso de Negócios Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
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