Há tempos verifica-se a necessidade da instalação, em Brasília, de um braço avançado da sociedade civil organizada paranaense. São muitas as propostas paranistas que dependem de decisões tomadas na capital federal, como a criação de um Tribunal Regional Federal com sede em Curitiba, com jurisdição nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; a reforma política, partidária e eleitoral; e a nova delimitação do mar territorial brasileiro, entre tantos outros pleitos que dependem também da sensibilização de nossos próprios representantes no Congresso Nacional.
As causas paranistas contam com todo o apoio do Movimento Pró-Paraná, ente de integração e relações institucionais do Paraná, que congrega as principais entidades de classe do estado e tem o objetivo de elevar o Paraná ao seu devido e merecido lugar, correspondente à sua importância no contexto nacional. Cabe ressaltar que, durante audiências com os candidatos ao governo do estado, em 2010, o Movimento Pró-Paraná indicou como uma das suas prioridades a criação de uma bem estruturada representação do governo em Brasília, proposta finalmente aprovada pela Assembleia Legislativa em 10 de abril deste ano.
Com a sanção da lei pelo governador Beto Richa, mercê fundamentada proposição das classes empresariais de nosso estado, poderá ser constituída uma autêntica parceria público-privada por meio de um Escritório de Representação, na capital federal. Lá, nossos parlamentares terão a oportunidade de ampliar os canais de diálogo, na busca de soluções definitivas para os problemas de nossa comunidade. A representação do governo em Brasília terá como tarefa imediata conduzir as negociações com nossos parlamentares e as demais unidades federativas do país, além das lideranças daquelas Casas de Leis. É prioridade absoluta incluir na pauta de discussões a proposta de nova delimitação do mar territorial brasileiro, voltada à correção de uma injustiça que se prolonga por muito tempo, contra os interesses do Paraná.
Uma retrospectiva histórica mostra que a interação público-privada já teve profícuos resultados; pode-se citar a resolução do problema dos minoritários do Bamerindus; a revitalização da área central de Curitiba através do Centro Vivo; a anulação da "multa" pela venda do Banestado ao Banco Itaú; os royalties de Itaipu; e a inclusão de Curitiba como cidade-sede da Copa do Mundo de 2014, bandeira levantada de modo pioneiro pelo Movimento Pró-Paraná. Os exemplos mostram que, para a resolução de pendências de toda ordem, apenas a vontade política não basta: o embasamento prévio relativo a cada situação é um elemento de fundamental importância. A representação em Brasília será um impulso considerável para alcançarmos, no curto prazo, o privilégio de ser "o Paraná que queremos".
Jonel Chede, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e primeiro gestor do projeto Centro Vivo, é presidente do Movimento Pró-Paraná.
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