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O que a política nos ensinou em 2024

México e Canadá já sabem sobre “confusão econômica” causada por migrantes, diz Trump
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump (Foto: EFE/EPA/Mohammed Badra)

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Ao refletirmos sobre 2024, é essencial analisarmos os fatos que moldaram o cenário político em diversos âmbitos, com importantes vitórias da direita, tanto nas eleições municipais quanto nas disputas ocorridas pelo mundo afora. Os partidos de direita e centro-direita consolidaram sua força, conquistando 82% das 5.519 prefeituras, incluindo 11 das 26 capitais, impondo uma derrota significativa à esquerda. Ou seja, em 2024, a esquerda brasileira sofreu um grande revés.

Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, foi o que mais elegeu prefeitos no Brasil. Isso mostra que os governos de direita têm se destacado, com 81% de aprovação, segundo pesquisa realizada em dezembro pela Quaest e Genial Investimentos. A nova onda de crescimento da direita na política em 2024 também foi sentida em uma das principais potências mundiais. Donald Trump (Republicano) voltou ao poder nos Estados Unidos com uma vitória esmagadora no Colégio Eleitoral e no voto popular, além de obter a maioria na Câmara e no Senado. Segundo a própria imprensa norte-americana, foi uma vitória poderosa e sem precedentes.

A política nos ensinou, neste ano, que o Congresso permanece influenciado pelo governo Lula, que reforçou uma agenda de esquerda, ampliou o tamanho do Estado e priorizou programas assistencialistas, ignorando a necessidade de reformas estruturais

Não podemos deixar de destacar os episódios que marcaram a Assembleia Legislativa do Paraná, especialmente as controvérsias envolvendo Ademar Traiano, as ocupações do plenário e as votações conturbadas. Esses acontecimentos ressaltam a importância do parlamento e o modo como a população enxerga este poder diante dos eventos que ali ocorrem. Após 10 anos sob uma mesma gestão, a Assembleia Legislativa finalmente se renova e terá um novo presidente: Alexandre Curi.

A troca de comando ocorre após um escândalo envolvendo a presidência atual, com a confissão de prática de corrupção, que culminou em um acordo de transação penal com o Ministério Público, cujos termos permanecem não revelados até hoje. Apesar de toda a repercussão midiática, das manifestações de entidades de classe, como a OAB, e dos insistentes pedidos de renúncia feitos, inclusive diretamente da tribuna da Casa de Leis, na prática, os efeitos foram (quase) nulos.

Como uma afronta direta ao regimento interno, ainda vimos prazos serem atropelados a fim de antecipar a eleição para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), um dos cargos mais estratégicos do Legislativo, responsável pela análise preliminar de todos os projetos de lei. Episódios como esse não apenas mancham a imagem do Legislativo, mas reforçam a dificuldade da Assembleia Legislativa em se afastar das velhas práticas políticas e reconquistar a confiança da sociedade.

O que deveria ser um espaço de debate qualificado acaba se convertendo, com frequência, em um palco de interesses escusos e alheios à vontade da população paranaense. Em 2024, presenciamos cenas lamentáveis na Casa de Leis, provocadas por uma ação orquestrada da esquerda, apoiada pela APP-Sindicato, que, sob o pretexto de resistência, impediu os deputados de exercerem o direito democrático de votar o projeto "Parceiros da Escola".

A verdade é que vândalos travestidos de professores deixaram um saldo caótico: portas de vidro quebradas, confronto com a Polícia Militar e a necessidade de uso de gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. A pergunta que fica é: os responsáveis por essa invasão serão julgados com o mesmo rigor aplicado aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro? É evidente que não.

A política nos ensinou, neste ano de 2024, que o Congresso permanece influenciado pelo governo Lula, que reforçou uma agenda de esquerda, ampliou o tamanho do Estado e priorizou programas assistencialistas, ignorando a necessidade de reformas estruturais tão aguardadas por nós, brasileiros. A Reforma Tributária não aliviou a carga tributária que sufoca trabalhadores e empresários, enquanto o novo arcabouço fiscal flexibilizou as regras de controle de gastos, ampliando o espaço para irresponsabilidades fiscais.

2024 nos ensinou que a direita voltou a se unir e a mostrar resistência na política. Prova disso foram as manifestações no 7 de setembro. Os atos trouxeram à tona um fenômeno inédito que nos enche de esperança com a união da direita em torno de um único objetivo: o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Por fim, as explosões no STF, em novembro, foram mais do que um ato isolado: simbolizaram o esgotamento da paciência de muitos brasileiros diante dos abusos percebidos na atuação do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes.

Esse episódio reforça a urgência de uma reforma que restabeleça o equilíbrio entre os poderes e devolva à sociedade a confiança nas instituições. O ano de 2024 nos deixou uma mensagem clara: a política só será verdadeiramente democrática quando recolocar a população no centro de suas decisões. Como bem disse o professor João Vieira Caldas: "Pode-se fazer política com ética e respeito ao cidadão. Para tal, basta ter decência e caráter".

Fabio Oliveira é especialista em Gestão Pública e deputado estadual no Paraná.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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