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Quanto tempo falta para o apocalipse? Esse questionamento é feito anualmente ou algumas vezes ao ano, desde a segunda metade da década de 40 e, originalmente, estava relacionada a uma hecatombe nuclear, cuja consequência seria a aniquilação completa da humanidade ou, na melhor das hipóteses, da forma como a conhecíamos antes da tragédia global.

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Desde o início do ano, o periódico não científico norte americano Bulletin of the Atomic Scientists informou há quanto tempo a humanidade se encontra do fim: dois minutos. A divulgação é feita por meio de um relógio analógico estampado na capa da publicação, o qual possui dois ponteiros: o da hora, sempre fixo na marca das 12 horas, significando meia-noite; e outro, o dos minutos, móvel e ameaçador, levando-se em conta que apenas 15 minutos o separam da sobreposição ao ponteiro das horas.

A revista Bulletin foi fundada em 1945 por dois cientistas da Universidade de Chicago, os quais haviam trabalhado no Projeto Manhattan, empreitada norte-americana responsável pela gênese das bombas atômicas. A revista foi criada com o intuito de informar e conscientizar a sociedade para as consequências da era atômica que despontava naquele momento, pós-efeitos dos bombardeios nucleares sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, levada a cabo pelos Estados Unidos. Em outras palavras, o viés editorial original, bem como o conteúdo da revista, surgiu como contraponto ao uso da tecnologia nuclear para fins bélicos. Todo ano, o ponteiro dos minutos é alterado ou mantido na mesma posição, simulando o nível de vulnerabilidade do mundo às consequências de três adventos: uma guerra nuclear em nível mundial, as mudanças climáticas e o surgimento de tecnologias disruptivas, as quais, de alguma forma, substituam ou aperfeiçoem radicalmente as já existentes, afetando negativamente a sociedade. A alteração ou manutenção do ponteiro dos minutos é feita após consulta ao Conselho de Ciência e Segurança da Bulletin, bem como ao Conselho de Patrocinadores, o qual inclui quase duas dezenas de vencedores do Prêmio Nobel.

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O intervalo de tempo que nos separa do apocalipse final vem estampado na capa da Bulletin desde junho de 1947. A ideia de representar um relógio que indicasse a quantos minutos a humanidade se encontra do fim dos tempos partiu da artista plástica Martyl Langsdorf, quando um dos editores da publicação, Hyman Goldsmith, solicitou a ela uma capa para a Bulletin. Na época, Martyl era esposa do físico nuclear Alexander Langsdorf, que esteve envolvido em pesquisas relacionadas ao recém-descoberto elemento químico plutônio, no Projeto Manhattan.

A ideia de representar um relógio que indicasse há quantos minutos a humanidade se encontra do final dos tempos partiu da artista plástica Martyl Langsdorf

Inicialmente, Martyl pensou em usar o símbolo do elemento químico urânio, U, primeiro combustível nuclear pesquisado no Projeto Manhattan e utilizado na bomba atômica lançada sobre Hiroshima. Mas, ciente da inquietação dos cientistas em divulgar o iminente perigo que rondava a humanidade, Martyl teve a ideia de representar esta urgência na forma de um relógio que indicava quanto tempo faltava para a meia-noite, metáfora temporal da escuridão total a que a humanidade estaria sujeita. Por uma questão de gosto, “simplesmente porque parecia bom”, Martyl iniciou a contagem em sete minutos. Assim foi o fundo da capa da Bulletin em 1947 – e nascia o Doomsday Clock, ou “Relógio do Apocalipse”.

Dois anos mais tarde, em 1949, a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) testou sua primeira arma nuclear, inaugurando um período extremamente tenso para o mundo que seria denominado de Guerra Fria. Na capa da Bulletin daquele ano, o ponteiro dos minutos se moveu pela primeira vez em direção à meia-noite: três minutos o separavam do ponteiro das horas.

Ao longo dos últimos 71 anos, a revista Bulletin estampa em sua capa a iminência, em minutos, para o apocalipse, baseada na contribuição de cada um dos três adventos, ou de todos simultaneamente. Segundo o Relógio do Apocalipse, já estivemos muito perto de uma destruição total, provocada fundamentalmente por uma guerra nuclear em nível mundial, como também houve períodos de relativa tranquilidade. Para melhor compreender o momento em que vivemos em relação ao Relógio do Apocalipse, vale destacar alguns anos específicos da capa da Bulletin, nas quais o ponteiro dos minutos sofreu os maiores deslocamentos: 1953, 1960, 1963, 1984, 1991 e 2018.

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O primeiro deles é o de 1953, ano em que o ponteiro dos minutos é posicionado em dois minutos para a meia-noite, consequência da primeira explosão termonuclear soviética, em junho daquele ano, de codinome RDS-6. Embora fosse um teste para a nova tecnologia de bombas, a mesma tinha um poder explosivo quase 30 vezes maior que a bomba de Hiroshima. Dois anos antes, os Estados Unidos haviam feito um teste semelhante, obtendo um poder explosivo equivalente a 17 bombas de Hiroshima, e, sete meses antes do teste soviético, os EUA tiveram sucesso na consolidação da tecnologia das bombas termonucleares, detonando a bomba de codinome Mike, equivalente a 800 bombas de Hiroshima.

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No ano de 1960, o título do editorial da Bulletin era “O alvorecer de uma nova década”, otimismo que fez o ponteiro dos minutos retornar à marca inicial de 1947. Naquele ano, a França fez seu primeiro teste com uma arma nuclear, cujo poder explosivo estava em torno de cinco vezes a bomba de Hiroshima; em várias regiões do planeta, havia conflitos bélicos. O argumento para o recuo do ponteiro estava menos para o concreto e mais para o subjetivo, baseado no reconhecimento dos governos dos Estados Unidos, URSS e França da necessidade de incrementar o diálogo e a cooperação entre as nações nucleares e a ajuda conjunta aos países subdesenvolvidos.

Em 1963, o ponteiro dos minutos retornou a um nível inferior à sua configuração inicial de 1947: o relógio marcava 12 minutos para a meia-noite. A razão disso, segundo o editorial da revista, foi a assinatura do Tratado de Interdição Parcial de Ensaios de Armas Nucleares na Atmosfera, no Espaço e no Oceano, pelos Estados Unidos, URSS e Reino Unido. O tratado de proibição era parcial, pois excluía da lista de proibição os testes subterrâneos, devido a dificuldades técnicas de se detectar, à época, abalos sísmicos, sem que equipamentos fossem instalados nos países participantes do tratado. Além disso, foi criada uma hotline – uma linha telefônica direta – entre Washington e Moscou. O tratado sofreu várias modificações ao longo dos anos que se seguiram, uma vez que a França, possuidora de armas nucleares desde 1960, não o assinou e outros países começaram produzir suas armas nucleares, como China, Índia e Paquistão, argumentando que os testes a céu aberto eram necessários.

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No ano de 1984, o ponteiro dos minutos foi adiantado para três minutos antes da meia-noite. No processo eleitoral norte-americano, Ronald Reagan era o presidente havia três anos e teve como um dos lemas de sua campanha a frase “A paz por meio da força”. E não decepcionou: nos cinco primeiros anos de seu mandato, promoveu a maior ampliação das Forças Armadas norte-americanas na história, ao custo da duplicação do orçamento militar. A atitude do governo norte-americano levou as duas principais potências nucleares, Estados Unidos e URSS, a uma nova corrida armamentista, a qual resultou, no contexto mundial, em um aumento de quase 7 mil novas armas, além de inovações tecnológicas no antigo arsenal.

Num discurso público, Reagan chamou a União Soviética de “império do mal” e, duas semanas depois, deu início ao projeto denominado Iniciativa de Defesa Estratégica, mais conhecido como “Guerra nas Estrelas”, que teria como função principal equipar satélites com canhões de raios laser, com o intuito de destruir mísseis russos quando estes invadissem o espaço aéreo norte-americano. Para complicar ainda mais este período, o “império” era comandado desde 1982 por Yuri Andropov, secretário-geral do Partido Comunista e o mais ferrenho antiamericano, se comparado a todos os seus antecessores. A tensão deste período durou três anos, de 1981 a 1984, quando Andropov faleceu e foi substituído por Konstantin Chernenko, que levou, um ano mais tarde, Mikhail Gorbachov ao poder.

Gorbachov era um líder jovem de idade e de ideias, se comparado a seus antecessores

O ano é 1991. Desde 1985, quando Mikhail Gorbachov foi eleito secretário-geral do Partido Comunista, as relações entre Estados Unidos e União Soviética tomaram o rumo oposto ao do período comandado por Andropov. Em relação ao ponteiro dos minutos, o movimento anti-horário foi crescente, chegando a inacreditáveis 17 minutos para a meia-noite, em 1991. Gorbachov era um líder jovem de idade e de ideias, se comparado a seus antecessores, empenhado em reativar a economia soviética, bem como permitir a liberdade de expressão e religiosa. Foi o responsável pela transformação geopolítica da então URSS, regime socialista estabelecido em 1922, em vários Estados independentes (os países que formavam a União Soviética), entre eles a Rússia.

No tocante às armas nucleares, apesar de discordâncias dos dois líderes em relação ao sistema de proteção Guerra nas Estrelas, acordos importantes deram fôlego à paz mundial, como o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), que resultou na remoção de armas nucleares de alcance intermediário na Europa, além da redução de armas estratégicas. O resultado imediato dessas ações foi o fim da corrida armamentista nuclear total. Nessa ocasião, os Estados Unidos tinham como presidente George H.W. Bush. Antes disso, em 1989, houvera a queda do Muro de Berlim, levando à reunificação das Alemanhas Oriental e Ocidental, um ano depois. Esse acontecimento teve um forte impacto psicológico em todo o mundo, pois representava não somente uma ruptura com as memórias concretas da Segunda Guerra Mundial, como inspirava a humanidade a romper barreiras ideológicas que pudessem resultar em confrontos bélicos.

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Da forma como o desenho do Relógio do Apocalipse foi concebido, não havia espaço para os 17 minutos: o ponteiro iniciava em 15 minutos para meia-noite. O título do editorial da Bulletin naquele ano foi bastante otimista: “Uma nova era”.

E chegamos a 2018. Desde 1991, o avanço no sentido horário do ponteiro dos minutos tem sido vertiginoso: o gráfico despenca até atingir, como em 1953, dois minutos para a meia-noite. Do ponto de vista das novas tecnologias, a indústria 4.0 pode ter um grande peso no adiantamento do ponteiro dos minutos. Não que essa tecnologia em si possa ser considerada disruptiva, no sentido de ser radicalmente nova; a robotização existe há um bom tempo e vem sendo constantemente aperfeiçoada. Mas ela pode ser disruptiva na interação do binômio homem-trabalho, em que o primeiro termo acaba substituído por “robô”. Supondo que o número de empregos eliminados pela robotização seja muito maior que o de empregos criados pela indústria geradora desta tecnologia, esse fator, sem dúvida, pesa na condução do ponteiro dos minutos no sentido horário.

As mudanças climáticas, devido à ação do homem sobre a natureza, sempre terão sua parcela significativa de contribuição para o adiantamento do ponteiro dos minutos. A poluição do ar, das águas e o desmatamento, além de outras formas de contaminação do meio ambiente, rivalizam com vantagem em relação às soluções tecnológicas criadas para reverter este quadro de depredação. O ritmo da substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia limpa e renovável e o uso consciente de recursos naturais não nos permite, pelo menos por enquanto, visualizar um futuro próximo de reversão das mudanças climáticas, ou de pelo menos mantê-las estacionárias.

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Apesar de as novas tecnologias inspirarem receio, em nível mundial, de que algumas delas possam ser utilizadas para prejudicar o ser humano e que as mudanças climáticas avançam para a consolidação de tragédias humanitárias, o Relógio é muito sensível à instabilidade gerada pelo estoque de armas nucleares presentes nos países detentores de tais artefatos (em ordem cronológica de produção: Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, França, China, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte). Entre esses países, seis causam preocupação real sobre um confronto no qual as armas nucleares possam ser utilizadas.

O primeiro deles envolve EUA e Rússia. Mesmo após o fim da Guerra Fria e com a disposição em manter relações diplomáticas, um confronto entre essas duas superpotências nucleares transformou-se num eterno pesadelo para a humanidade desde 1947, quando ambos os países iniciaram uma corrida armamentista de artefatos nucleares. Em torno de 90% do estoque mundial de armas nucleares pertence a essas nações e não é nenhum segredo que ambas desenvolvem novas tecnologias bélicas e aperfeiçoam seus armamentos nucleares constantemente. Pode-se acrescentar a China como outro ator nuclear no cenário de confronto direto com o governo norte-americano – e essa hipótese, bastante plausível, será motivo de muita apreensão no futuro.

Há, também, a rivalidade entre Índia e Paquistão. Esses dois países disputam belicosamente o território da Caxemira, região montanhosa ao norte da Índia, desde 1949, ocasião em que acordaram dividir o território sob os auspícios da ONU. A tensão em nível mundial nesta região tomou forma quando a Índia, em 1974, realizou os primeiros testes nucleares e os retomou em 1998, seguidos por seis testes do mesmo tipo de armamento pelo Paquistão. De 1990 até 2008, os dois países chegaram perto de um confronto nuclear. Como os países são vizinhos, suas capitais, Nova Délhi (Índia) e Islamabad (Paquistão) estão a apenas 690 quilômetros de distância, possibilitando que os mísseis atinjam os alvos inimigos, mutuamente, em apenas quatro ou cinco minutos. Como os dois países não dispõem de sistemas eficazes de proteção contra os mísseis inimigos, a tensão aumenta, pois quem atacar primeiro pode se sair vencedor. Mas, paradoxalmente, a posse de armas nucleares por ambas as nações e a vulnerabilidade mútua impõem um freio no ensejo de ambos travarem uma guerra nuclear, a qual provavelmente não teria vencedor.

Resta, por fim, a tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, motivada pelo desenvolvimento do programa nuclear bélico do país asiático e a disputa no protagonismo da economia mundial.Essa rivalidade é a bola da vez no cenário de uma catástrofe nuclear mundial. A Coreia do Norte investe em tecnologia nuclear desde 1965, com a doação de um reator de pesquisa pela então URSS. Em 1970, construiu seu próprio reator nuclear e, a partir de 1980, o programa nuclear avançou com a construção de um segundo reator, em 1985. Uma década mais tarde, o programa nuclear norte coreano foi direcionado para a construção de artefatos nucleares, os quais esperariam ainda mais uma década para serem definitivamente materializados. Até o presente momento, o governo norte-coreano realizou seis testes nucleares, sendo o primeiro deles em 2006, cujo poder explosivo foi de “apenas” 1 quiloton (kt), unidade equivalente a mil toneladas de TNT. Para comparação, o poder explosivo da bomba de Hiroshima era de 13,5 kt e toda a energia liberada no ato terrorista de 11 de setembro de 2001, em Nova York, da colisão dos aviões à queda das Torres Gêmeas, foi de 0,2 kt.

A Coreia do Norte investe em tecnologia nuclear desde 1965

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A sequência de testes aconteceu nas seguintes datas, com os respectivos poderes explosivos (baseados em monitoramentos sismológicos) dos artefatos: 2009, 4 kt; 2013, 5,1 a 7 kt; 2016, 6 a 7 kt e outro, no mesmo ano, entre 10 e 20 kt; e, em 2017, entre 100 e 250 kt. O poder explosivo desse último teste é controverso, mas não deixa dúvida do seguinte fato: o governo norte-coreano desenvolveu uma arma nuclear que utiliza não somente a fissão nuclear das bombas atômicas, mas um híbrido de fissão e fusão – este último, processo típico das armas termonucleares, muito mais poderosas que as bombas atômicas. Este estágio de complexidade das armas nucleares expõe a eficiência da tecnologia nuclear norte-coreana e mostra um horizonte bastante sombrio. Talvez não seja uma arma termonuclear no real significado desta denominação, na qual o fenômeno da fusão nuclear produz o efeito mais devastador, e sim uma bomba boosted (bootstrap mechanism), artefato no qual a fusão tem papel secundário em termos energéticos, mas que pode aumentar consideravelmente a eficiência da bomba de fissão nuclear. Este é um enorme avanço para um país pequeno e sob o efeito de embargos de toda espécie de produtos e insumos tecnológicos.

O governo norte-coreano foi além do desenvolvimento de armas nucleares. Se as mesmas não dispuserem da tecnologia de mísseis capazes de levá-las para seus alvos, de nada servem como recurso militar. A Coreia do Norte desenvolveu de forma igualmente eficiente, ao longo dos últimos 30 anos, seu programa de mísseis, com mais de 100 testes realizados, chegando aos mísseis Hwasong 14, capazes de atingir um pouco mais que a distância entre Pyongyang e Los Angeles, que é de 9,5 mil km.

No contexto da ameaça nuclear, somos apenas a plateia, assistindo passivamente a uma peça macabra na qual os atores nuclearmente armados, interpretados por chefes de Estado e ditadores, decidem sobre o futuro da humanidade de acordo com seus caprichos e estratégias de poder – e parece que pouco ou nada podemos fazer para alterar o roteiro. Não é à toa que, desde 1991, o ponteiro dos minutos tenha saído dos 17 minutos para meia-noite e seguido em sentido horário na seguinte sequência: 14, 9, 7, 6, 5, 3, 2,5 e, agora, dois minutos.

Dinis Gomes Traghetta é doutor em Física e professor de Física do curso de Engenharia Civil da Universidade Positivo. É autor do livro “A Bomba Atômica Revelada”, finalista do Prêmio Jabuti em 2014.