Quando aceitei o convite para ser secretário da Saúde na gestão do prefeito Rafael Greca, sabia que os desafios seriam imensos. Mas, confesso, a situação que encontramos foi ainda pior que poderia supor. Do rombo de R$ 1,2 bilhão deixado aos cofres municipais pela gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet, a saúde é uma das áreas mais atingidas, com déficit superior a R$ 200 milhões.
Encontramos uma situação de terra arrasada nos primeiros dias de gestão: falta de medicamentos, insumos, demora para marcação de exames e consultas, postos de saúde em péssimo estado de conservação, prestadores de serviço sem pagamento e sistema de urgência e emergência completamente desregulado.
O reflexo da má gestão do dinheiro público na gestão passada ainda é percebido hoje, infelizmente, no dia a dia, pelos usuários do SUS Curitiba. Mas, aos poucos, estamos colocando a casa em ordem e desfazendo o caos. E Curitiba vai voltando a ser Curitiba.
Aos poucos, estamos colocando a casa em ordem e desfazendo o caos
Nós criamos um comitê de hospitais para fazer a recontratualização, restabelecendo um cronograma de pagamento. Estamos acabando com o problema de desabastecimento de medicamentos, com um estoque regularizador que chega até o fim do mês. Estamos reforçando a equipe das UPAs com mais médicos e melhorando o fluxo interno, com restrição de acesso, garantindo mais segurança aos pacientes e profissionais da saúde.
Como parte da reestruturação, a UPA Matriz, que funcionava junto à estrutura do Hospital das Clínicas, foi reassumida pelo hospital, como seu pronto-atendimento, no dia 29 de abril, colocando fim a mais uma distorção feita pela gestão anterior – a unidade nunca existiu oficialmente como UPA e, por isso, o município não recebia recursos do Ministério da Saúde. Além disso, vamos inaugurar efetivamente a UPA Tatuquara, na próxima semana, e reabrir a UPA CIC, na sequência, ao contrário de fechar cinco UPAs, como foi disseminado em boato.
Nós estamos regulando o sistema para que o usuário receba atendimento no local correto, da forma correta e no tempo correto. Cerca de 80% dos 3,3 mil atendidos em UPAs hoje são pacientes não urgentes. Eles poderiam ter um acompanhamento mais eficiente nos postos de saúde e não apenas atendimento do caso agudo.
Estamos solicitando a contratação de mais 30 médicos para os postos de saúde e reorganizando a atenção básica, reforçando a acolhida, para que as pessoas busquem atendimento lá, em vez das UPAs, nos casos não urgentes. Abrimos o agendamento de consultas nos postos, o que até então era inviável.
Criamos a estratégia Saúde Já com uma ação continuada para equalizar as filas de exames, consultas e cirurgias de especialidades. Com um investimento de R$ 12 milhões dos cofres municipais, atenderemos 200 mil pessoas – 23% da meta já foi cumprida e há exames complementares em que chegamos a 89%.
Também lançamos o piloto do aplicativo Saúde Já Curitiba para agendamento de atendimento. Em funcionamento nos distritos do Portão e Santa Felicidade, já recebeu quase 4 mil acessos. O próximo distrito a receber o projeto é Tatuquara. Na sequência, será estendido para toda a cidade.
Estamos trabalhando fortemente na criação de 50 novos leitos e reabertura de outros 200 de retaguarda, na otimização do Rede Mãe Curitibana – Vale a Vida e muitas novidades. Queremos um atendimento com qualidade e suficiência, com o uso racional dos recursos públicos. Não podemos prover tudo para todos, mas temos de prever o essencial para todos, com qualidade e suficiência. Esse é o nosso compromisso.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião