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As nossas liberdades são cerceadas em fatias; não chegam como um cataclismo guiado por eufóricos ditadores, da mesma maneira que censura na boca dos abutres se torna regulamentação. Todas as medidas toleradas, sejam elas com ressalvas ou com pleno apoio, começaram sem uma efetiva segurança. No início vieram as máscaras e o repulsivo “fique em casa” – repulsa devido à temporalidade analítica do slogan fofinho precedente à fome. Logo surgiram fechamentos indiscriminados de estabelecimentos privados, praças e até praias, locais a céu aberto mantidos com dinheiro público.
Ainda havia um senso comum, mesmo sem nenhuma comprovação sanitária, de que tudo iria passar com a chegada da vacina. Com o apoio da mídia sedenta, surgiu a primeira “vacina que não imuniza”, algo inexplicável em qualquer mente lúcida. Pronto: começaram as comoções após a investida pesada do que um dia foi chamado de mídia e hoje não passa de um consórcio – vide as fontes de qualquer jornal, outrora imprensa. Logo, logo ali, e o ali planou com a “necessidade” de segunda dose, depois terceira dose, dose de reforço, e preparando-se para quarta, quiçá quinta, e assim sucessivamente. É, parece que nem todo carnaval tem seu fim.
E a liberdade individual foi sendo substituída pela falta de empatia, tudo pelo bem-estar social. O mesmo senso de humanidade que derrubou a decisão do Ministério do Trabalho, quando recentemente proibiu demissões por justa causa de empregados que não se sujeitaram à inoculação. Embora repugnante para os verdadeiros amantes da liberdade, a derrubada efetuada pelo Supremo Tribunal Federal não afetaria um grupo afoito do empresariado que, mesmo recebendo incentivos por parte do Executivo para manutenção da empregabilidade, preferiu seguir a agenda de falsa virtude. Afinal, uma demissão, ainda que sem justa causa, pode se dar sem uma justificativa encorpada; a empresa pode, por exemplo, alegar mera improdutividade.
Sim, quanto ao mercado privado é o famoso “faz parte do jogo”. Mas será que também faz parte do jogo (agora sem aspas) lucrar com a pandemia com exoneração de folhas de pagamento ao mesmo tempo em que se panfleta sobre saúde e ciência? Minha reposta é não. Explico: Há quem diga que quem lacra não lucra. Uma afirmação que não condiz com a realidade; basta verificar a vasta publicidade inserida exaustivamente em campanhas que variam de perfumes a patrimônio público – neste último caso, muito pior, guardado o mérito do aparelhamento do “bem”. Eis que surge o homem conscientemente controlado: sua indumentária é a cartilha, seu ponto forte é ser contra o direito de ir e vir, em suma, um Membro Premium do Totalitarismo do Bem.
E o perigo da omissão? A melhor resposta sugere explanar os inúmeros “casos isolados” em que cidadãos confiantes na segurança da inoculação da droga vendida como imunizante contra a peste chinesa, e esperançosos na sua eficácia, tiveram reações das mais variadas, passando por dormências, dores de cabeça, falta ou paralisia de partes do corpo, aparecimento de problemas ou agravamentos cardiáticos, miocardite, pericardite e até a morte. Para os interessados, vale conferir com o mesmo rigor crítico os dados do Food and Drug Administration (FDA), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
Vacina boa não é vacina no braço. Vacina boa é risco zero. Mas as afirmações acima não condizem com as regras dos checadores da verdade.
A dor de um luto é muito mais forte que a vontade de procurar a verdadeira causa mortis de um ente querido. E, no meio de toda uma dor incalculável, uma mãe, cidadã e comprometida com a verdade, tirou forças no luto para buscar a prova de que seu filho Bruno Graf, um jovem de 28 anos, advogado, com casamento marcado, sem cormobidades, tenha ido a óbito por causa exclusivamente da aplicação da vacina AstraZeneca. Esta mãe se chama Arlene Graf e até hoje espera resposta do Ministério da Saúde; não se cansa de tentar fazer sua voz chegar ao máximo de autoridades e cidadãos comuns.
Arlene, assim como eu e, creio, muitos de nós, em nenhum momento utiliza-se de sua dor para proferir campanha antivacina. Em sua luta diária ela pede explicações, pois não se trata de uma suspeita. Do próprio bolso, Arlene Graf pagou pelo exame realizado na Espanha, uma quantia equivalente a quase R$ 4 mil, confirmando a verdadeira causa da morte de seu filho. O laudo também foi confirmado pela Superintendência de Vigilância em Saúde do estado de Santa Catarina.
Não são todas as “Arlenes” que possuem recursos (nos variados sentidos) para buscar isto que nem de longe é um afago para uma dor materna. Todos os dias temos informações de mortes após aplicações de vacinas. E o jornalismo Made in Lobby se cala e prefere discutir ciência em desenho inócuo em banheiros de estabelecimentos de fast food, talvez pelo fato de a vacina também ter virado um mercado de combo.
Nossas liberdades são cerceadas em fatias; não chegam como um cataclismo guiado por eufóricos ditadores, da mesma maneira que censura na boca dos abutres se torna regulamentação.
“Fake news é o que você deseja ser fake news.” Desta maneira funcionam as redações de jornais que refletem seu fracasso no número de tiragens, principalmente os jornais tradicionais. Os telejornais que guardamos na memória como agentes importantíssimos em nossa história pisaram em sua outrora intelectualidade matriz, optando atualmente pelo verniz “do bem”. O bem não é mais a informação, mas o falatório introdutivo, indutivo, vulgo falastrão, gritando chamadas e escrevendo em caixa alta manchetes com o slogan “desgoverno”.
A investigação precisa ser feita e não temos tempo para enrijecermos fetiches em torno de um político. O político não importa, importa sua agenda. A profissão mais antiga, mais antiga que profissional do sexo, é a de quem joga pedra no governo. Críticas negativas não faltam ao governo em exercício; entretanto, a omissão jornalística, tentando a qualquer preço massacrar o debate, produzindo a interdição do contraditório, fortalece o apoio ao presidente. Se o apoio ao chefe do Executivo é exagerado, o crivo é individual. Corporativamente, o jornalismo partidário aposta suas fichas na torcida previsível, uma espécie de clubismo da maquete, em cujo lugar mais bonito só entra quem tem passaporte mimetista. E tudo pela ciência, segundo o consórcio constituindo pelo “Grupo Bolha”, uma espécie de chá das cinco, semelhante a uma sabatina de ministro realizada no Senado, valendo apenas o “saber jurídico” que se autointitula “Poder Moderador”. Para o contraponto não há sabatina, apenas sapateiam.
Para os afagos de governadores e prefeitos, os mesmos que também sapateiam no povo com verbas pomposas da pandemia, não existe trégua, o trabalho é árduo. Já deram uma olhadinha na placa do Posto 9, no Rio de Janeiro? O prefeito Eduardo Paes colocou a palavra “AFETO” a poucos metros do local onde, um dia, uma mulher foi agredida fisicamente por estar curtindo a praia, durante a campanha mandatária (ou melhor, “mandetária”) do Fique em Casa. Isto o consórcio não viu, e tem raiva de quem não é cego.
Dinho Ferrarezi é jornalista.