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 | Edilson Rodrigues/Agência Senado
| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. A preocupação com a questão da idade e do envelhecimento de pessoas já ultrapassa há alguns anos a inquietação em relação aos problemas ambientais e de sustentabilidade. E é tido hoje como o principal desafio da demografia no mundo.

Autores como Alan Walker e Michele Souza e Souza afirmam que o processo ocorre tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Os mesmos autores dizem ainda que a força de trabalho se tornará, gradativamente, mais idosa em decorrência da queda dos índices de natalidade, combinado ao aumento da expectativa de vida.

Em consonância com o panorama mundial, observa-se que os brasileiros estão vivendo cada vez mais e a tendência é de que a esperança de vida siga aumentando nos próximos anos. Os estudiosos Maria Fernanda Lima-Costa e Renato Veras afirmam que a cada ano são incorporados 65 mil idosos à população brasileira.

A longevidade tende a ser, no Brasil, um desafio maior que para outros países devido à velocidade do fenômeno

Dados do IBGE de 2016 apontam que, no início dos anos 2000, a população com idade superior a 65 anos representava aproximadamente 6% do total de habitantes no país. A expectativa é de que em 2030 esse porcentual chegue a 14%. Os dados ainda registram que os habitantes entre zero e 14 anos de idade representavam, no início dos anos 2000, aproximadamente 30% da população. E espera-se que, em 2030, esse número caia para 18% da população. De acordo com Sálvea de Oliveira Campelo e Paiva, existem perspectivas de que em 2025 o Brasil ocupe o sexto lugar no ranking mundial de população idosa, em termos absolutos.

Em decorrência do envelhecimento populacional, a Previdência Social é um desafio a ser enfrentado, uma vez que haverá mais demanda e usufruto das aposentadorias. Com isso, a longevidade tende a ser, no Brasil, um desafio maior que para outros países devido à velocidade do fenômeno.

O conjunto de dados expostos gera reflexos também no ambiente laboral, uma vez que a força de trabalho se tornará cada vez mais idosa. Um estudo elaborado em 2013 pela empresa de auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) aponta que o envelhecimento da mão de obra trará muitos desafios para as empresas, especialmente quando analisados os índices de produtividade e custos relacionados à saúde. Elementos como a flexibilização dos horários de trabalho, adaptações no ambiente de trabalho e até mesmo a redução da jornada são temas que deverão ser debatidos com mais profundidade pelas empresas e pelos responsáveis pela elaboração de políticas públicas.

O mesmo estudo desenvolvido pela PwC ainda aponta que muitas empresas não estão preparadas para enfrentar esse novo cenário, pois não entendem quais as necessidades e prioridades dos trabalhadores idosos. A mesma percepção tem tido o Instituto Sesi de Inovação (ISI) em Longevidade e Produtividade no Paraná, no assessoramento que vem prestando às indústrias para encarar todas as questões que dizem respeito à longevidade no mercado de trabalho. A baixa transferência de conhecimento entre as gerações, a falta de investimento em qualidade de vida no ambiente de trabalho e a falta de reconhecimento do trabalho dos mais experientes se destacam entre os maiores desafios que as empresas enfrentarão no futuro.

O Portal de Longevidade e Produtividade, lançado pelo ISI em março desse ano, contribui para disseminar conteúdos e auxiliar a indústria a gerar ações inovadoras com o objetivo de proporcionar a longevidade ativa e saudável para os trabalhadores, possibilitando o aumento da produtividade e competitividade da indústria nacional.

Noélly Harrison Mercer é facilitadora do Instituto Sesi de Inovação em Longevidade e Produtividade do Sesi no Paraná.
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