O agronegócio é um dos pilares fundamentais da economia brasileira e exerce um papel crucial na geração de empregos no país. Com vastas extensões territoriais e recursos naturais abundantes, o Brasil possui condições favoráveis para o desenvolvimento desse setor, que engloba desde a produção agrícola até a agroindústria e a comercialização de produtos agropecuários. Portanto, só veio corroborar essa certeza a pesquisa publicada em vários veículos de comunicação no dia 31 de julho que aponta que, no primeiro trimestre de 2023, pelo menos 28,1 milhões de pessoas trabalhavam no agronegócio. O número é recorde para esse período do ano desde 2012, quando o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) iniciou esse acompanhamento.
São trabalhadores voltados para o autoconsumo, assim denominados pela pesquisa. Eles estão, em sua maioria, dentro da porteira e somam 5,3 milhões no país. A pesquisa inclui nesse número tarefas de cultivo, pesca, caça, criação de animais e produção florestal. Estão incluídos, ainda, trabalhos de artesanato e algumas atividades dentro de outros segmentos, como o do agrosserviço.
E há perspectivas de crescimento contínuo, pois essa relevância econômica resulta em maior disponibilidade de recursos para investimentos e, por consequência, na criação de empregos. O agronegócio brasileiro abrange uma diversidade de atividades que vão desde a agricultura, pecuária, avicultura e suinocultura até a produção de alimentos processados, fibras e biocombustíveis. Essa diversificação de segmentos oferece uma ampla gama de oportunidades de emprego para trabalhadores de diferentes níveis de qualificação e especialização.
O agronegócio não se limita apenas à produção primária; é uma complexa cadeia produtiva que engloba diversos elos, desde a produção até a distribuição e exportação de produtos
Nas atividades agrícolas, por exemplo, há demanda por profissionais desde os operadores de máquinas até os engenheiros agrônomos e pesquisadores que contribuem para o desenvolvimento de técnicas e tecnologias de ponta. Além disso, a agroindústria, como as indústrias de processamento de alimentos e os frigoríficos, também oferecem uma vasta gama de postos de trabalho, incluindo técnicos em alimentos, engenheiros de produção, administradores e especialistas em logística.
O setor no geral tem sido impulsionado por uma notável onda de inovação. A crescente adoção de tecnologias avançadas, como a agricultura de precisão, a internet das coisas (IoT) e a inteligência artificial, tem revolucionado as práticas agrícolas e pecuárias, aumentando significativamente a produtividade e a eficiência operacional. Além disso, a aplicação da biotecnologia tem contribuído para o desenvolvimento de variedades de culturas mais resistentes e produtivas, reduzindo a dependência de agroquímicos e mitigando o impacto ambiental. Essa cultura de inovação tem permitido ao agronegócio brasileiro enfrentar desafios crescentes, como a demanda por alimentos em escala global, ao mesmo tempo em que promove a sustentabilidade e a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
O agronegócio também desempenha um papel fundamental na interiorização do desenvolvimento no Brasil. Por estar amplamente presente em diferentes regiões do país, essa atividade econômica leva oportunidades de trabalho para áreas que muitas vezes não são alcançadas por outras indústrias. A presença do agronegócio contribui para a fixação de população no campo, evitando o êxodo rural e equilibrando o crescimento entre as áreas urbanas e rurais.
Vale ressaltar que o agronegócio não se limita apenas à produção primária; é uma complexa cadeia produtiva que engloba diversos elos, desde a produção até a distribuição e exportação de produtos. Isso cria um efeito multiplicador na economia, pois, além dos empregos diretos, muitos empregos indiretos são gerados em atividades correlatas, como transporte, embalagem, logística e comércio.
O setor agropecuário no Brasil tem se destacado por sua busca constante pela modernização e adoção de práticas sustentáveis. A incorporação de tecnologias avançadas, como a agricultura de precisão, a biotecnologia e a agroecologia, impulsiona a produtividade e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. A sustentabilidade tem se tornado um fator cada vez mais relevante para a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, abrindo oportunidades para a criação de empregos em áreas de pesquisa, desenvolvimento e gestão ambiental.
O agronegócio é uma das principais alavancas da economia brasileira e desempenha um papel crucial na geração de empregos no país. Sua relevância econômica, diversidade de oportunidades de trabalho, presença em diferentes regiões e integração com outras atividades econômicas fazem com que o setor contribua significativamente para a empregabilidade e o desenvolvimento sustentável do Brasil. O investimento contínuo em inovação e práticas sustentáveis fortalecerá ainda mais o agronegócio, consolidando-o como um dos principais motores do crescimento econômico e social do país.
Guilherme Piai Filizzola é empresário do agro e exerce a função de Diretor-executivo do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp)