Gostar de você? Eu saio de casa todas as manhãs, me mato de trabalhar porque gosto de você? Você é provavelmente o maior tolo que já vi. Eu faço porque é minha responsabilidade. Um homem deve tomar conta de sua família. Você vive em minha casa, enche a barriga com minha comida, deita suas costas na minha cama porque é meu filho. Não é porque eu gosto de você É meu dever cuidar de você, eu devo essa responsabilidade a você, eu não tenho que gostar de você! Agora, eu dei a você tudo que eu tinha que dar a você! Eu lhe dei a vida! Eu e sua mãe nos organizamos e gostar de você não foi parte do acordo! Agora, não passe pela vida se preocupando se alguém gosta de você ou não! É melhor você ter absoluta certeza que estão sendo justos com você! (Trecho do roteiro do filme e da peça de teatro Fences.)
Quando olho a fotografia na estante de casa, penso em meu saudoso pai e relembro o tipo de homem que ele era e tudo que fez, realizou e sacrificou por sua família.
Não era de muitas palavras, isso deve ser dito, tampouco mostrava amor com abraços e muito afeto. Não. Ele revelava o amor que sentia por sua família através de longas horas extras, dedicação e renúncia.
Ao brigar com um vizinho por haver distratado minha mãe, ao proteger o terreno de invasões e ao buscar remédio para minha mãe doente debaixo da chuva, tudo isso revelava que ele faria tudo por sua esposa, que ela podia contar com ele, como também podiam fazê-lo seu filho e filha. Era alguém que compreendia o que significava ser pai, esposo e homem.
Durante toda minha infância, observei com curiosidade quando um adulto via um jovem de valor, apertava-lhe a mão e lhe dizia: “Você é um homem, guri”. Tempos onde a palavra homem tinha peso, valor e grandeza.
Ser pai não é para fracos, meninos birrentos e irresponsáveis. Não é para aqueles que cogitam assassinar o filho (sim, falo do aborto; foi, é e sempre será assassinato). Não é para os que são hedonistas.
Claro, em tempos onde toda sorte de características que sempre estiveram especialmente relacionadas à masculinidade, como coragem, ousadia, força, são consideradas tóxicas e nocivas, o novo modelo de homem é o intelectual pomposo, com ares de superioridade, passivo e medroso.
Ser homem é ser forte mentalmente, espiritualmente e fisicamente, pois somente assim poderá enfrentar as crises, desastres e infortúnios que abatem qualquer ser humano. Um líder e provedor que guia pelo exemplo e cuida do lar, pois reconhece no ato de ser pai uma dádiva.
Como escrevi em outro artigo, publicado pelo Jornal da Cidade Online: “Bridger Walker, um menino de seis anos, levou noventa pontos no rosto ao realizar um feito tido por muitos como raro. O garoto protegeu a irmã do ataque de um cachorro e segundo a tia, Nicole Noel Walker, ao ser indagado por familiares como tudo havia ocorrido, em meio à dor e lágrimas, ele disse a seguinte frase: 'Se fosse para alguém morrer, pensei que seria melhor que fosse eu'. O que antes era uma atitude típica e normal se torna a cada dia inusitada, inesperada e anormal.”
O homem feminista, capacho de sua mulher, fraco diante do perigo, incapaz de defender a si e sua família, objeto de pena e não de admiração é hoje proclamado pela esquerda como o novo modelo de homem a ser seguido e reverenciado. O Dia dos Pais não foi feito para homenagear quem se ajoelha diante de Marx e do feminismo. Este dia foi feito para homenagear alguém que se sacrifica pela família e que desperta orgulho nos filhos, como William Jackson Smart, que depois da morte da esposa, criou os seis filhos sozinho, enchendo sua filha de admiração. Ela, Sonora Louise Smart Dodd, foi a responsável por criar o Dia dos Pais.
Todos os anos o progressismo volta a debater se ainda é cabível celebrar a data e, em meio a toda sorte de loucura, violência e ódio, considera algo retrogrado honrar a figura do pai, já que sempre busca criminalizar a masculinidade e desconstruir a família.
Não importa se o modelo de pai que descrevi e enalteci neste artigo está sendo substituído por outros “mais inclusivos e modernos”. Embora me abale a subversão e perversão que a esquerda promove contra a família, sei que eu e milhões semelhantes a mim não se sujeitarão a isso.
O dia dos pais é o dia onde sempre poderei olhar para retratos antigos de meu pai e honrar sua memória. A família está acima do Estado. A masculinidade não deve e não será destruída e deturpada por uma ideologia.
Feliz dia dos pais, para todo homem que sabe o peso e o valor que há em sê-lo.
Em honra a meu pai, Carlos Alberto Chaves Pessôa,
Carlos Alberto Chaves Pessoa Junior é professor de espanhol e inglês, articulista, palestrante e crítico literário.
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