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O Ranking de Competitividade Global 2013-2014, do Fórum Econômico Mundial, aponta um recuo do Brasil: caiu da 48ª para a 56ª posição em 2013. O índice, elaborado pelo Instituto de Administração de Lausanne, na Suíça, avalia as condições de competitividade dos países, a partir da análise de dados públicos e da opinião de executivos sobre questões como ambiente macroeconômico, instituições públicas e desenvolvimento tecnológico. Os dados apontados no documento nos ajudam a entender por que o país cresce tão pouco e por que a nossa indústria está encolhendo.

No Brasil, as empresas não financeiras poupam pouco porque, devido à perda de competitividade da economia, as suas margens são baixas, e porque são oprimidas por um sistema tributário irracional. O governo não poupa, ou melhor, "despoupa" perto de 3% do PIB devido ao excesso de gastos. As famílias, por sua vez, poupam pouco por uma questão cultural e por estarem assistidas por um sistema de proteção social, nascido na Constituição de 1988, excessivamente paternalista, cujos déficits recorrentes são grandes consumidores da já escassa poupança nacional.

Robert Atkinson, presidente da Fundação para Inovação e Tecnologia da Informação, de Washington, afirma que a baixa produtividade brasileira seria a principal barreira ao nosso desenvolvimento. Estudo por ele conduzido mostra que, no período de 2005 a 2011, a expansão da produtividade na economia foi responsável por 74% do crescimento dos EUA, por 84% nas nações de baixa e média renda e por apenas 28% no Brasil.

No período de 2000 a 2012, a produtividade do trabalho no Brasil cresceu apenas 1% ao ano, contra 5,1% ao ano na Índia e 10,4% na China. E o pior: enquanto no Brasil, em 2011, para um crescimento zero de produtividade os salários reais cresceram 5,6%, no México a produtividade aumentou 1,7% e os salários, 1,8%. No Chile a produtividade avançou 2,9% e os salários cresceram 2,5%. Em 2012, a variação da produtividade foi de –1,4% no Brasil, 0,7% no México e 3,3% no Chile, enquanto os salários aumentaram 5,4%, 1,3% e 1,8% respectivamente. Para não comprometer a competitividade do país, aumentos salariais devem caminhar alinhados com a evolução da produtividade. E isso vale também para o salário mínimo. Segundo Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, a regra atual não segue uma base econômica, onerando tanto o setor público quanto o privado.

Isso vem fazendo do Brasil um país caro, dificulta a competitividade da indústria de transformação e compromete exportações. José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, apontou que a nossa participação no comércio internacional vem caindo de 1,41%, em 2011, para 1,33% em 2012 e 1,25% em 2013. Como efeito colateral, os setores menos produtivos da economia, como comércio, construção, serviços de baixa qualificação e agropecuária, passaram a ofertar a grande maioria das oportunidades de emprego (85% em 2011). Enquanto na indústria 26 trabalhadores em média geram R$ 1 milhão em riquezas, esse número sobe para 45 funcionários no comércio e na construção, e cresce para 96 na agropecuária.

Ficou claro que o Brasil não vive num mundo à parte e que a nova classe média brasileira não tem como carregar o país nas costas. A retomada do crescimento passa pela recuperação da competitividade da economia, que por sua vez não virá sem aumento de investimentos e produtividade e sem gastos públicos mais eficientes que permitam menor carga tributária. Sem esquecer a simplificação da nossa caótica estrutura de impostos, ou "favela tributária", como também vem sendo chamada.

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