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O paradoxo da sanidade: é preciso buscar a lucidez diante da barbárie do Hamas

O Exército israelense iniciou um nova fase da guerra na última sexta-feira (27) para eliminar o grupo terrorista Hamas (Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN)

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Muitas e muitas vezes perguntamos a nós mesmos sobre nossa sanidade mental e emocional. Perguntamo-nos, também com frequência, sobre a (in) sanidade daqueles que se encontram em hospícios, manicômios e afins. Ou seja, será que romper com a realidade não seria mesmo o ato mais lúcido a fazer?

A histórica e milenar exaltação aos “Os Dez Mandamentos”, denominador comum das ditas religiões monoteístas, judaísmo, cristianismo e Islamismo, implica no provável fato de que a essência humana é, por natureza, não apenas, destrutiva, como também autodestrutiva?

A única ferramenta que resta, a cada um de nós, é o livre arbítrio, ou seja, a decisão, consciente e responsável, de fazer o pêndulo tender ao bem.

Ao insistir na recorrente transgressão, revelamos a nós mesmos quem de fato somos e quem, potencialmente, podemos ser. O pêndulo oscila para o Mal e para o Bem. Talvez nesta ordem, inclusive. Os recentes atos de barbárie perpetrados contra civis israelenses nos levam a questionar quem está do lado certo dos muros que nos separam dos manicômios.

Atitude ainda mais insana, se é que cabe a palavra, vem a ser apoiar e justificar um massacre como este, aliás, atividade recorrente em diversos pontos geográficos menos midiáticos do que o Oriente Médio, como a África, por exemplo.

E quem paga efetivamente a conta imposta por “sanidades” polarizadas de uma guerra desigual em disputa de poderes, no sentido os terroristas podem tudo, e o Estado nada? O povo palestino, em sua maioria, é refém de um movimento miliciano, ditatorial e fundamentalista, e, ao mesmo tempo, intimidado por uma nação vizinha desconfiada e, por inúmeras razoes, pouco tolerante.

Como manter, então, a mente e o espírito sãos em uma turbulência de tal magnitude? O escudo humano que por vezes e não por acaso está à frente do alvo? O jovem que morreu na Rave? As reféns estupradas? Os políticos que, de ambos os lados, perdem ou ganham credibilidade? As massas humanas em migração involuntária? As crianças que ao invés do futuro, encontram a morte?

Pode-se não apenas compreender tantas insanidades advindas de esquizofrenia, carências, traumas, abusos, disfunções psíquico e espirituais, entre outras, como também é nosso dever social auxiliar e, se possível, reintegrar essas vítimas. Porém, insanidades praticadas em função de dogmatismo incutidas por processos de lavagem cerebral e em nome de Deus nos lembram que a única ferramenta que resta, a cada um de nós, é o livre arbítrio, ou seja, a decisão, consciente e responsável, de fazer o pêndulo tender ao bem.

Abraham Goldstein é presidente nacional da B nai B rith; Leon Knopfholz é ex-presidente da B nai B rith do Paraná. A B nai B rith é uma organização judaica voltada aos direitos humanos que ocupa cadeira na ONU. 

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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