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Paraná, um polo de inovação

Primeiro dia da Feira da Inovação , evento que reuniu 14 startups curitibanas no calçadão da Rua XV, em 28 de março de 2019. (Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo)

O Índice de Inovação dos Estados, lançado em maio de 2019 pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), aponta que o Paraná é o segundo estado mais inovador do país. O mesmo índice informa que o estado também aparece na vice-liderança em investimentos em ciência e tecnologia, ficando atrás apenas de São Paulo.

Os empreendedores têm como principal missão encontrar soluções para problemas, independentemente do setor de atuação, seja na saúde, comércio, mobilidade. Essas inovações, seja utilizando ou não as tecnologias da informação, em um modelo de negócio com baixo custo e alta potencialidade de crescimento, são empregadas pelas startups.

O gerente-executivo de Tecnologia e Inovação da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Fabrício Lopes, afirmou que o Paraná se encontra na quinta colocação no índice de densidade de startups em relação ao número de habitantes no Brasil. No estado, algumas instituições, públicas ou privadas, que apoiam as inovações têm sido protagonistas, oportunizando a evolução, principalmente em sua densidade tecnológica.

Mudanças importantes têm ocorrido nas formas de comunicação e interação, principalmente com o advento da internet

São resultados obtidos, por exemplo, no ranking do Movimento 100 Open Startups, em 2018, no qual dez startups de Curitiba se encontram entre as mais atraentes para o mercado. Outra notícia importante para o Paraná é o fato de que pelo menos 25 startups de Londrina já receberam investimentos. Dados esses, somados a diversos outros obtidos de fontes relacionadas às startups, demonstram essa ascensão do nosso estado.

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) também apresenta dados que destacam e evidenciam a tendência existente e a aposta do Paraná em incentivos fiscais cedidos pelo governo federal para a criação e a consolidação de ecossistemas de inovação. Esses incentivos são impulsionados pelos Arranjos Produtivos Locais (APLs), que, por sua vez, encontram-se atrelados ao conceito de incubadora, dispondo às startups apoio nas áreas de planejamento, gestão, marketing e finanças.

No Brasil, os números evidenciam uma ascensão do setor. Em 2012, eram 2.519 startups cadastradas na Associação Brasileira de Startups (ABStartups); em 2017, o número saltou para 5.147 – um aumento de mais de 100%. Hoje, há aproximadamente 62 mil empreendedores e 13,1 mil startups no país. De acordo com a ABStartups, esse número pode ser ainda maior, em torno de 15 mil, pois devemos levar em consideração que algumas empresas se encontram na fase de ideias e boa parte ainda não tem CNPJ.

Na região Sul, atualmente, temos 2.223 startups mapeadas no Startupbase. As três cidades melhores colocadas são Porto Alegre (582), Curitiba (375) e Florianópolis (258). Por estados, temos o Rio Grande do Sul, com 977; o Paraná, com 655; e Santa Catarina, com 613. Elas atendem mais os públicos Business to Business (B2B, 53,9%) – startups voltadas às necessidades de outras empresas, não a um consumidor final diretamente; e Business to Business to Consumer (B2B2C, 25,5%), que são as startups que fazem negócios com outras empresas visando atender à necessidade de um consumidor final.

Os modelos de receita mais comumente usados pelas startups são o SaaS e o Marketplace. O SaaS é sigla de Software as a Service ("software como serviço") e descreve sites que utilizam a computação em nuvem, oferecendo serviços on-line e que anteriormente eram softwares disponíveis unicamente por meio da instalação em um computador. Ou seja, se um site oferece um serviço on-line que poderia facilmente ser feito por um programa, ele é um SaaS. Pelo menos 44% das startups operam com esse modelo de serviços. Já o modelo Marketplaces, diferentemente do e-commerce – que são sites de vendas que comercializam somente produtos de uma loja –, vem com uma proposta mais colaborativa de negócios com base em uma plataforma na qual diferentes lojas, ou mesmo pessoas, podem oferecer e vender seus produtos.

É bem instigante pensarmos em fazer previsões, principalmente frente a um cenário em que temos mudanças constantes. Os desafios cotidianos lançados aos empreendedores que pretendem criar ou mesmo desenvolver uma startup parecem ser fáceis de suplantar, mas são uma experiência complexa, com inúmeros detalhes, que podem resultar no sucesso ou no fracasso do empreendimento.

Alguns quesitos são imprescindíveis quando pretendemos galgar o sucesso. É preciso um bom planejamento, avaliando de forma minuciosa o setor em que pretendemos atuar; uma boa análise do conjunto de leis, normativas e regras a serem seguidas, não esquecendo de estabelecer regras de governança, e projetar de forma eficaz os aportes necessários. Também é necessário buscar fontes de financiamento, estando atento à tributação, mantendo um bom relacionamento com os colaboradores, incentivando e protegendo o patrimônio intelectual. Todos esses quesitos podem auxiliar na criação de uma cultura organizacional com regras bem claras e transparentes, além de outros fatores que possam habilitar o sucesso da startup, contribuindo sobremaneira para o crescimento do ecossistema de inovação brasileiro.

Mudanças importantes têm ocorrido nas formas de comunicação e interação, principalmente com o advento da internet. Essa revolução tecnológica habilitou uma gama de novos negócios e oportunidades, gerando cada vez mais inovação. Não por acaso, essas mudanças trouxeram novas demandas à iniciativa privada e ao setor público. Pode ser o momento ideal para que o governo, por meio de políticas públicas, e a iniciativa privada venham a moldar um cenário envolvendo inúmeros atores, de forma interativa, proporcionando um momento ímpar para que haja a geração de inovação e, consequentemente, crescimento econômico e sustentável.

Armando Kolbe Júnior, coordenador do curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital no Centro Universitário Internacional Uninter.

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