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As associações comerciais têm agido. Forma redes de articulação onde os empresários se reúnem para discu­­tir o crescimento das cidades, as questões sociais e tam­­bém políticas

Recentemente estive com um político paranaense que tentou me justificar as notícias que temos acompanhado nas páginas dos jornais. Ele me disse que política sempre foi assim. Refleti sobre a colocação feita por aquele homem público: como é possível que a pessoa tente subverter o sentido da ética e o uso dos recursos do povo manipulando os sonhos do cidadão?

Não é possível aceitar que sempre foi assim e que terá que permanecer assim. Não podemos continuar vendo "jeitinhos" e espertezas que já parecem não nos sensibilizar mais e não se discutem. Algumas vezes a percepção que se tem é de que estamos sem reação, como se todos estivéssemos anestesiados pela arbitrariedade e pelas más práticas quando se trata da coisa pública.

Mas a despeito do que possa parecer a esse e a outros políticos, a sociedade brasileira não está anestesiada. As pessoas de bem não perderam a sua capacidade de se indignar e perceber que precisam ter uma participação política efetiva enquanto cidadãos. Participação política essa que é maior do que simplesmente o exercício do voto. Ainda que votar seja muito im­­portante, o que precisamos é participar da vida pública. O can­­didato eleito para exercer um cargo público precisa ter o seu mandato acompanhado e vigiado – pois, afinal, todos os políticos são servidores pagos por nós cidadãos, para exercer sua função em prol da sociedade –, pautando esses servidores com as legítimas demandas e prioridades que a sociedade efetivamente estabeleça. Estamos exercendo não só nosso dever constitucional de elegermos esses homens e mulheres, mas estamos sendo cidadãos, mostrando que não apenas reagimos, mas também agimos.

As associações comerciais têm agido. Não são somente centros de desenvolvimento econômico de suas localidades, mas também formam redes de articulação onde os empresários se reúnem para discutir o crescimento das cidades, as questões sociais e também políticas. Formamos um sistema que congrega mais de 280 entidades presentes em todo o território pa­­ranaense, um movimento que não é reativo, mas sim proati­­vo. E também somos copatrocinadores da Rede de Par­­ticipação Política, que vem promovendo fóruns de debate na sociedade paranaense desde 2006. Hoje essas ações se somam às iniciativas de outras entidades, porque temos o mesmo foco.

Esse é o exercício da cidadania: discutir nas entidades da sociedade civil organizada, compartilhar ideias nas redes sociais e estabelecer pautas aos gestores públicos mostrando para que objetivos queremos que eles trabalhem, que serviços queremos que eles nos ofereçam. Isso dentro de uma linha de conduta ética, parcimoniosa e eficaz, estaremos tendo um governo republicano e democrático, construindo o Paraná que queremos e o Brasil que merecemos.

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Ardisson Naim Akel é presidente da Faciap – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná.

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