Jim Collins escreveu: “Más decisões feitas com boas intenções ainda assim são más decisões”. Desde o início da pandemia sempre acreditei que a melhor defesa fosse o fortalecimento da imunidade das pessoas. É muito difícil esconder-se de um vírus tão transmissível e acumulam-se, aos milhares, relatos de pessoas que, em isolamento, contaminaram-se e adoeceram. O isolamento social de populações inteiras é uma medida radical, de eficácia questionável e com consequências perigosas.
Por isso, seguem algumas perguntas para reflexão: Por que tantas pessoas se contaminam, mesmo em isolamento? O isolamento horizontal e o lockdown funcionam? Há influência política e ideológica nas decisões de lockdown? Há influência política ou de grupos econômicos na sistemática negação do tratamento precoce? O pânico que se espalhou contribui para a tomada de boas decisões? Que impacto o isolamento social e a crise econômica produzida pelo lockdown têm sobre a saúde e imunidade das populações? É razoável supor que pessoas morrerão como consequência dos efeitos econômicos do lockdown? Podemos consertar os danos causados à educação ou estamos condenando toda uma geração a falhas de desenvolvimento, em parte, irreparáveis?
Não é só isso. Que impacto o isolamento social e a crise econômica têm sobre a saúde mental da população? Há relação estatística entre desemprego e letalidade das populações por doenças, suicídio e violência? Um remédio pode ser mais perigoso que a doença que pretende tratar? Políticas equivocadas de combate a uma epidemia podem causar mais mortes que a própria epidemia? Por quanto tempo países pobres podem suportar a paralisação de suas economias sem que ocorram tragédias humanitárias por desemprego, fome, violência ou convulsão social? Estamos no caminho certo ou medidas radicais, como o lockdown, são um equívoco? A complexa crise de saúde, econômica e social causada pela pandemia deve ser abordada por uma única área de conhecimento ou de modo multidisciplinar?
E os governadores e prefeitos, eles compreendem as implicações sociais dos danos causados à sociedade pelo lockdown? Existem critérios justos para definir que atividades são essenciais ou não? O trabalho que traz sustento para uma família pode ser considerado não essencial?
E, por fim, a pergunta mais importante: Existem alternativas eficazes e menos destrutivas para o combate à pandemia? Em minha visão, sim, há alternativas. Pessoalmente, acredito no tratamento precoce e no isolamento vertical, ou seja, isolamento apenas dos doentes.
Por muitos anos, depois que a pandemia passar, pessoas continuarão morrendo como consequência do enorme impacto econômico de medidas radicais que empobreceram bilhões de pessoas mundo afora. Haverá fome. Foi a melhor escolha? Salvamos vidas, de fato, ou aumentamos o número de vítimas?
Nenhum de nós é dono da verdade. Creio, porém, que responder a essas perguntas de boa-fé, sem paixões, sem a arrogância da autoridade advinda de um título ou cargo, e com a verdadeira intenção de ajudar pode nos levar a caminhos melhores.
Alan Sant’Anna é palestrante e escritor.
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