Nos anos 1960, 55% da população brasileira vivia no campo. O café era a base das exportações e representava 60% da balança comercial do Brasil. As plantações de grãos eram rudimentares e abrangiam apenas 300 mil hectares do território nacional, com produção média de 1,2 mil kg por hectare, sendo que cada agricultor alimentava, em média, 26 pessoas na época.
Atualmente, passados 58 anos, em apenas um hectare são produzidos 3 mil kg de grãos, numa área plantada de 61 milhões de hectares. O Brasil é o líder em produção e exportação de quase todas as commodities agrícolas (soja, milho, algodão, café, açúcar, álcool, suco de laranja e carnes de frango, bovino e suíno).
Agora, cada agricultor do Brasil alimenta 180 pessoas, ou seja, são mais de um bilhão de habitantes do mundo, cuja comida colocada na mesa é garantida pelo trabalho e esforço dos mais de 5 milhões de produtores rurais brasileiros.
O agronegócio representa 25% do PIB nacional (1,4 trilhões de reais em 2017), sendo responsável pelo saldo positivo da balança comercial (96 bilhões de reais em 2017, quase a metade de todas as exportações brasileiras), além de gerar mais de 30 milhões de empregos.
O Brasil é a principal alternativa para garantir o aumento na produção de alimentos que o mundo exige
As condições de clima e solo, aliadas ao domínio da tecnologia tropical, fizeram do Brasil a aposta dos organismos internacionais para atender a demanda mundial na produção de alimentos, que precisa aumentar em 25% até 2027, sendo que, desse percentual, a produção brasileira será responsável por 41%.
No ano 2017, segundo o Mapa, foram abatidas 5 bilhões de aves, 36 milhões de suínos e 23 milhões de bovinos, com uma produção total de 16 milhões de toneladas de carne.
Os frigoríficos brasileiros possuem as melhores e mais modernas plantas industriais do planeta, que possuem características que as diferenciam das dos demais países, devido, fundamentalmente, à questões sanitárias, de biossegurança, geográficas e de custo de produção.
Sem dúvida, o Brasil é a principal alternativa para garantir o aumento na produção de alimentos que o mundo exige.
Por essa razão, existe neste momento um importante desafio: o Brasil ser, até 2030, o país sinônimo de segurança alimentar mundial.
Leia também: O desafio da educação para o agronegócio (artigo de Eduardo Müller Saboia, publicado em 25 de abril de 2018)
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E este audacioso projeto será concretizado com o aumento das áreas agricultáveis, sustentabilidade, com a implementação de projetos de irrigação, recuperação de áreas degradadas, utilização de tecnologia no campo e modernização da legislação nacional.
Se as previsões se confirmarem, até 2030 o agronegócio brasileiro deve crescer estrondosos 40%! Contudo, é necessário enfrentar desafios históricos, como os problemas logísticos (10% da produção agrícola nacional é perdida nas rodovias), falta de políticas comerciais mais ativas (acordos bilaterais), deficiência em infraestrutura de armazenagem, ausência de políticas de crédito, seguro para a safra, regulação de estoques e redução da burocracia, através da atualização da legislação comercial, regulatória, trabalhista e tributária.
Para se ter ideia, o embargo europeu à carne de frango brasileira e a greve dos caminhoneiros, que foram problemas gerados pela falta de políticas públicas para o setor, fez o agronegócio brasileiro perder, só em 2018, 32 bilhões de reais!
Desta forma, o agronegócio brasileiro tem um cenário desafiador, mas, ao mesmo tempo, de oportunidades para 2019, devendo fortalecer-se, ainda mais, nos próximos anos.