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Segmento de vestuário teve o melhor resultado no varejo paranaense nos três primeiros meses de 2022.
Imagem ilustrativa.| Foto: Albari Rosa / Foto Digital/Gazeta do Povo/Arquivo

Como presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), sinto-me na obrigação de trazer à luz uma questão que tem impactado severamente o setor varejista em nosso país: os encargos decorrentes dos altos juros e das condições desfavoráveis enfrentadas pelos empresários, em especial os do setor de varejo.

Nos últimos anos, temos testemunhado uma tendência preocupante de grandes empresas estrangeiras deixando o Brasil, citando, entre outros motivos, os custos operacionais elevados. A Fnac, por exemplo, encerrou suas atividades e nomes como o Starbucks têm fechado uma série de lojas no Brasil. Este é um sinal alarmante do ambiente empresarial em nosso país, que está longe de ser saudável para as empresas, sejam do varejo ou outro setor.

Os empresários lutam para manter suas operações rentáveis, o que, por sua vez, limita sua capacidade de oferecer salários competitivos aos funcionários.

No Paraná, apesar de termos conhecimento sobre índices econômicos positivos, a realidade nos mostra um cenário muito diferente. Os empresários lutam para manter suas operações rentáveis, o que, por sua vez, limita sua capacidade de oferecer salários competitivos aos funcionários. Essa situação desafiadora é um obstáculo direto ao crescimento e desenvolvimento do mercado de trabalho.

Os altos juros representam um desafio particularmente grave para o setor do varejo. As taxas de empréstimo elevadas praticamente impossibilitam os empresários de investir em expansão, inovação ou mesmo em manter suas operações existentes. Consequentemente, testemunhamos um aumento na inadimplência, à medida que os consumidores enfrentam dificuldades para lidar com os crescentes custos de vida. De acordo com dados do SPC Brasil, o número de devedores no Paraná aumentou em 2,48% de março para abril.

Para reverter essa tendência preocupante, é imperativo que compreendamos os desafios enfrentados pelo país e implementemos medidas concretas para proporcionar aos empresários um ambiente mais propício à geração de empregos e ao estímulo do crescimento econômico. Isso envolve a revisão das políticas monetárias para reduzir os juros, a simplificação e redução da carga tributária sobre as empresas e a implementação de políticas que incentivem o empreendedorismo e a inovação.

Além disso, é essencial que o governo trabalhe em estreita colaboração com as associações empresariais e os representantes do setor privado para desenvolver estratégias eficazes que promovam um ambiente de negócios saudável e propício ao crescimento.

Como presidente da Faciap, comprometo-me a continuar defendendo os interesses do setor varejista e a pressionar por mudanças que permitam o florescimento das empresas em nosso estado e em todo o país. Juntos, podemos superar esses desafios e construir um futuro mais próspero para todos.

Fernando Moraes é presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap).

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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