O Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) assinou recentemente o termo de convênio com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) para aplicação do Pisa for Schools (Pisa-S 2020) nas instituições particulares de ensino no Paraná. O Pisa-S é uma variante do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), exame coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sem o propósito de fazer ranking entre os participantes.
A assinatura do termo é um marco para o desenvolvimento de melhores práticas alinhadas a padrões internacionais – um passo importante para o processo de internacionalização de nossas escolas, que vem sendo desenvolvido de forma mais expansiva nos últimos anos. Com a adesão do Pisa-S, as escolas têm a oportunidade de analisar seu desempenho de acordo com padrões de qualidade balizados por unidades educacionais de diversos países participantes da OCDE.
O Pisa-S, ou Pisa para Escolas, é aplicado a alunos com faixa etária de 15 anos, e avalia conhecimentos e competências básicas, como matemática, ciências, leitura e habilidades socioemocionais. A avaliação também se estende à coleta de dados socioeconômicos e informações sobre o aprendizado, entre outros, produzindo indicadores que contribuam com a melhora da educação. Com isso, as instituições de ensino brasileiras podem comparar seus próprios resultados com os de instituições dos cerca de 70 países onde o exame é realizado.
Assim, os dados são usados para benchmarking. Os sistemas escolares bem-sucedidos têm diretrizes e medidas internas, mas sem um contexto maior, é difícil entender o que realmente faz um sistema bem sucedido. Referências internacionais detalhadas mostram o que é possível na educação; podem ser um fator produtivo para os esforços por melhorias na educação em todo o mundo.
Por outro lado, a avaliação não se limita a uma comparação com outras instituições. Por gerar informações desagregadas por instituição, o Pisa-S permite que cada gestor faça um diagnóstico específico do desempenho dos seus estudantes e, a partir daí, aperfeiçoe o seu trabalho com base nos resultados, que são fornecidos por meio de relatórios detalhados e exclusivos para o uso pedagógico.
A avaliação tem o potencial de agregar muito à qualidade de ensino. Ter acesso a esse nível de detalhamento de avaliação permite que as escolas melhorem de forma expressiva, tanto nos índices quanto na melhoria dos próprios processos de ensino e aprendizagem. Avaliações detalhadas e personalizadas são a chave para desenvolver melhores práticas alinhadas a necessidades específicas; em uma realidade cada vez mais voltada para o estudante como indivíduo singular, atender a necessidades específicas é o caminho para o futuro da educação.
Este princípio já é parte de escolas cujo ensino é voltado para o desenvolvimento das habilidades do estudante – uma proposta inovadora, abandonando o clássico modelo conteudista. O desafio é imenso e é preciso mergulhar em um processo que privilegie a criação de novos currículos com base em competências e aprendizagem ativa – modelo que conecta de maneira verdadeiramente produtiva o estudante ao universo que o espera no início e ao longo de sua caminhada profissional e educacional.
Tanto na rede pública quanto na privada, enfrentamos uma realidade de ilhas de alta qualidade: há escolas que são referência de ensino e que podem ser espelhos para balizar as que enfrentam maiores dificuldades, guardadas as devidas proporções. O desafio é dimensionar as inovações para que todos os alunos possam se beneficiar.
Esther Cristina Pereira, psicopedagoga, é diretora da Escola Atuação e presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR).
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