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Um dos principais desafios das organizações é a pontualidade das entregas no Portal do eSocial. No âmbito da saúde e segurança do trabalho, os prazos exigidos pelo governo para a transmissão das informações podem ter periodicidade de entrega mensal, anual, tempestiva e sob demanda.

Essa ação depende do comprometimento e, principalmente, da efetiva comunicação entre as áreas de Recursos Humanos, Fiscal e Saúde e Segurança do Trabalho das empresas. Num processo de admissão de um funcionário, por exemplo, além das informações referentes aos direitos e deveres trabalhistas e previdenciários, haverá a necessidade de informar questões inerentes à aptidão do trabalhador para exercer suas atividades (Atestado de Saúde Ocupacional, ASO), a identificação dos riscos ocupacionais, os responsáveis pelos programas de prevenção de riscos e saúde ocupacional e as condições diferenciadas de trabalho, como periculosidade e insalubridade.

Da mesma forma, como nos demais processos – rescisão, retorno ao trabalho, mudança de função e exames periódicos –, os prazos deverão ser cumpridos de acordo com sua finalidade. A vantagem para o empregador é a entrega dos documentos envolvidos nos processos junto aos órgãos públicos participantes, que será realizada em um único local, dispensando o uso de papéis e formulários.

Os empregadores tiveram a oportunidade de conhecer o eSocial em junho de 2013, quando o portal foi disponibilizado para envio das informações do empregado doméstico. Diante disso e das prorrogações de prazo definidas pelo governo e, ainda, como no mais recente adiamento foi inserida uma etapa para testes e possíveis ajustes, acredito que as empresas terão tempo hábil e êxito na preparação e estruturação para atendimento à legislação. Para isso, devem começar desde já a implementação de ações internas que visem ao cumprimento das transmissões das informações no Portal do eSocial.

Importante lembrar que o prazo para implantação do eSocial foi prorrogado mais uma vez e a obrigatoriedade só será contada a partir da publicação da versão definitiva do manual de orientação. Ou seja, ainda não existe um layout definitivo estabelecido. E, após seis meses de testes, entrará em vigor, tornando-se obrigatório (julho e setembro de 2015). Considerando que o governo poderá consultar e cruzar os dados em tempo real, o eSocial tem como proposta fazer cumprir todas as obrigações legais previstas na esfera federal (trabalhista, previdenciária e fiscal). Os órgãos envolvidos – Caixa Econômica Federal, INSS, Ministério da Previdência, Ministério do Trabalho e Receita Federal – terão acesso imediato a todas as informações transmitidas no portal, logo a fiscalização será mais eficaz.

Do ponto de vista dos negócios, é possível afirmar que haverá um grande enfoque nas áreas de apoio operacional das organizações, uma vez que os empregadores terão de despender atenção e investimento em recursos e tecnologia de informação com o objetivo de garantir a pontualidade das entregas. Cabe a ressalva de que as empresas estarão sujeitas a multas por atraso, como já previsto nas legislações previdenciária, fiscal, trabalhista e do FGTS. Com o eSocial, esses prazos serão monitorados mediante o envio das informações por meio do portal.

Sheila Comachio, engenheira ambiental e de segurança do trabalho, é gerente de Saúde e Segurança do Trabalho do Imtep, um dos maiores grupos de gestão de saúde empresarial do país.

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