Corrupção e o PT
Completamos 35 anos de história e, há algum tempo, o tema corrupção tem sido associado aos membros do partido. Não tenho me manifestado a respeito, mas acho que este é o momento.
Quero estabelecer, primeiramente, algumas premissas: a corrupção é uma doença endêmica que atinge os diversos níveis culturais e sociais e não tem fronteiras geográficas; lamentavelmente, não é uma prática recente; a corrupção passiva é exclusiva de quem detém o poder, seja qual for, caso contrário nada poderia oferecer; o histórico de corrupção não justifica a continuidade dos crimes; e houve, inegavelmente, corrupção na Petrobras, e membros do Partido dos Trabalhadores podem ser responsabilizados.
Confira a opinião completa de Mirian Gonçalves, vice-prefeita de Curitiba, é uma das fundadoras do PT no Paraná.
Corrupção. É fácil adivinhar qual a primeira palavra que vem à mente quando o assunto é o Partido dos Trabalhadores. O partido que construiu sua reputação não sobre suas propostas populistas, mas sobre ataques aos adversários, estava montando um dos maiores esquemas de corrupção do mundo. Collor e seu Fiat Elba ou mesmo Maluf e Quércia parecem trombadinhas perto do PT.
A corrupção petista se tornou a marca registrada do partido. Muito mais que o Bolsa Família, o maior curral eleitoral do país, que não movimenta um terço da corrupção petista apenas na Petrobras. Pensou em PT, é preciso pensar em corrupção, seja um caudatário do partido ou não.
É tamanha corrupção que assusta pela quantidade e qualidade. A quantidade é tal que, apenas contando o balanço da Petrobras, poder-se-ia encher um terço do reservatório da Cantareira com água mineral. Ou bancar 2,5 bilhões de Bolsas Família, a serem distribuídas entre, segundo dados do governo petista, 6 milhões de brasileiros pobres (421 meses de benefício para cada um).
A lição é clara: o governo que "tirou 30 milhões da pobreza" na verdade apenas manipula índices para vender propaganda eleitoral. Os pobres continuam aí, mas os petistas de fato foram para a classe A.
A corrupção petista também assusta pela qualidade ou melhor, por como ela se torna única nas mãos dos petistas. Excetuando-se Collor, nenhum escândalo de corrupção atingiu figuras tão próximas dos mandantes em chefe. Lula deveria ser presidente e sucedido por Dirceu e Palocci. Ambos caíram, um foi até preso. Sobrou uma anódina Dilma, que ainda teve de esconder de sua biografia a vexaminosa Erenice Guerra.
Também há algo novo: o mensalão, palavra de ordem para se entender o PT, não foi feito apenas para enriquecer os bolsos dos políticos por meio dos nossos impostos. Foi feito para se comprar o Legislativo e poder ter decisões partindo do Executivo, com a antes duvidosa base aliada sempre disposta a votar a favor. O mesmo que uma ditadura: abolir a separação entre poderes. É o método de Chávez e Maduro, caudilhos da Venezuela, inspirados no totalitarismo dos Castro em Cuba, que já matou mais de 70 mil. Lula e Dirceu seriam os próximos mandantes com uma "oposição" apenas de fantoche, centralizando poder e mantendo a aparência de "democracia".
Resta ao PT hoje apelar para o "todo mundo faz isso" (mas ninguém faz na quantidade e qualidade do PT), culpar o mensageiro (a "mídia", já que falar em censurar a "imprensa" é confissão de crime) ou afirmar que estão querendo criminalizar o PT, e não os crimes do PT.
Mas há mais. Além da incompetência a olhos vistos e do "eu não sabia de nada", o PT também mostra sua torpeza em algo que foi pouco discutido até agora. Lula chamou o sanguinário ditador Kadafi de "meu amigo, meu irmão, meu líder". Anos depois, ele seria morto pelo próprio povo em revolta. Também é amigo do teocrata homofóbico Mahmoud Ahmadinejad. Perdoou dívida do ditador do Congo, que se considera "deus", e do da Nigéria, que distribui iPhones de ouro aos convidados do casamento de sua filha. E cogitou uma embaixada na Coreia do Norte.
E Dilma quer diálogo com terroristas. Fica claro qual a posição do Brasil perante o mundo? Podemos até adivinhar quem o PT apoiaria na Segunda Guerra Mundial, pelo escol de amigos que tem.
Flavio Morgenstern é analista político, tradutor e palestrante.
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