| Foto: Pixabay

Não há país europeu que possa dar lições ecológicas ao Brasil. Contra fatos não há argumentos: dois terços do território nacional são dedicados à preservação e proteção do meio ambiente. Por outro lado, estima-se que a Europa Ocidental tenha devastado 99,7% de suas florestas originais para dar lugar à produção, ao desenvolvimento e ao bem-estar da população. Em muitos períodos históricos, a devastação foi feita de maneira selvagem, sem controles. Até hoje a verborragia europeia sobre meio ambiente não tem correspondência na realidade.

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A Noruega é a maior produtora e exportadora de petróleo e gás da Europa ocidental; 51% do PIB norueguês é devido ao difamado ouro negro. Em 2017, o governo da Noruega foi denunciado por planejar a permissão de que 13 empresas petrolíferas mundiais procurassem e extraíssem petróleo no Mar de Barents, no Círculo Polar Ártico. Ainda em 2018, o Ibama multou em R$ 20 milhões uma mineradora controlada pelo governo da Noruega por vazamento em suas barragens de rejeito de bauxita, no Nordeste do Pará. O governo desse país prega e financia proselitismos no Brasil, mas vive e cresce com a queima dos combustíveis fósseis.

Sugerimos ao governo norueguês, tão preocupado com a nossa Floresta Amazônica e tão dependente do petróleo e do gás para dar bem-estar à sua pequena população de 5 milhões de pessoas com PIB per capita de US$ 74 mil, que siga o que pregou a sua então primeira-ministra, Gro Harlem Brundtland, na conferência do Rio, em 1992: “uma parceria global deve começar por um compromisso dos países industrializados em reduzir, de maneira séria, o fardo que impõem aos ecossistemas da Terra devido aos seus intoleráveis modos de produção e consumo”.

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Não podemos aplicar políticas públicas baseadas em falsa ciência

O conselho também serve para a Alemanha. Sabe-se que este país é dependente de carvão e energia nuclear e tem apenas 27,8% de sua matriz em energia limpa. Que lições pode dar ao Brasil, que tem 75% de sua eletricidade advinda de hidroelétricas? Estudo do Instituto de Ecologia Aplicada de Freiburg, encomendado pela ONG WWF, apontou dez termelétricas alemãs entre as 30 mais poluentes da União Europeia. Já que a moda dos ecológicos é banir produtos de plástico, vale a pena saber que a Alemanha é o maior consumidor de plástico de toda a União Europeia.

O ambientalismo pregado por esses governos virou seita baseada em hipóteses pseudocientíficas. Tudo é feito em nome do combate a um aquecimento global antropogênico já amplamente refutado. Vale a pena cotejarmos cientistas que honram a verdade e não cedem aos benefícios da concordância pusilânime com os relatórios políticos do IPCC.

Shigenori Maruyama, geólogo e professor titular de pesquisas científicas da Universidade Tecnológica de Tóquio, diz que “a quantidade anual de CO2 mudou alguns meses após a elevação da temperatura, o que contraria a hipótese de ser uma coincidência haver um aumento do teor dessa substância e da temperatura, quando, na verdade, ocorre uma defasagem, pois o aumento do teor de CO2 é subsequente ao aumento da temperatura”.

O físico inglês Ralph Alexander refere-se à tese do aquecimento global causado pelo homem como uma fraude. “Os alarmistas teceram uma tal rede de imposturas que qualquer opinião contrária a esse ponto de vista do aquecimento global induzido pelos humanos é ignorada, subestimada ou deliberadamente distorcida. Notícias e artigos científicos que não pactuam com as diretrizes políticas do IPCC em relação ao CO2 são marginalizados imediatamente por uma barreira de ataques, às vezes maldosos e pessoais”.

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O professor Luiz Carlos Molion, físico e meteorologista brasileiro, em artigo científico, fulmina a tese dos vários relatórios do IPCC: “O planeta se aqueceu mais rapidamente entre 1925 e 1946, quando a quantidade de CO2 lançado na atmosfera era inferior a 10% da atual, e se resfriou entre 1947 e 1976, quando ocorreu o desenvolvimento econômico acelerado após a Segunda Guerra Mundial”.

Nos últimos meses, assistimos à soberba e à hipocrisia da Alemanha e da Noruega em questões ambientais referentes ao Fundo Amazônia. Querem impor receitas ao Brasil, em particular ao povo amazônico, que os mesmos não aplicam em seus países. Não podemos aplicar políticas públicas baseadas em falsa ciência. Muito menos podemos ferir nossa soberania em troca de alguns trocados aplicados em proselitismo político de governos estrangeiros e ONGs.

Em tempo, há 158 anos, dom Pedro I, em decreto, instruiu o plantio de novas mudas e a conservação da mata que hoje compõe a Floresta da Tijuca, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Era uma área degradada ao longo do século 18 com o cultivo do café, da cana-de-açúcar, a extração de lenha e exploração de carvão. O Brasil já é exemplo de como lidar com a natureza há séculos.

Márcio Bittar é senador (MDB-AC).