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Previdência Social: a maior pirâmide financeira da história

Imagem Ilustrativa. (Foto: Gazeta do Povo)

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Pirâmides financeiras são esquemas baseados no recrutamento de participantes com a promessa de rendimentos futuros, sem oferta real de produtos ou serviços. Os recursos dos novos entrantes são usados para pagar os antigos. Esta estrutura é insustentável e eventualmente entra em colapso, fazendo com que muitas vítimas fiquem em prejuízo financeiro.

Em 2008, foi descoberto um dos maiores esquemas de pirâmide financeira da história até então. Bernard Madoff viu seu golpe ruir após seus clientes, receosos com a crise do subprime, tentarem sacar seus fundos administrados por ele. Resultado: suas vítimas tiveram mais de 65 bilhões de dólares de prejuízo e após investigações, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão por fraude.Assim como a pirâmide de Madoff, a Previdência Social brasileira baseia-se na promessa de rendimentos futuros que, dado o cenário atual, não são sustentáveis. Sem oferta real de serviço ou valor, o modelo conta com a contribuição de trabalhadores ativos para sustentar os benefícios dos aposentados.

Este arranjo não seria um problema se a taxa de natalidade e a expectativa de vida fossem as mesmas de seis décadas atrás. Contudo, o aumento da longevidade e a diminuição da taxa de natalidade ampliam, e ampliarão cada vez mais, a disparidade entre os contribuintes e os beneficiários da Previdência Social, tornando o sistema matematicamente insustentável. Segundo dados do portal da transparência, somente em 2022, o déficit da previdência atingiu a marca de 375,3 bilhões de reais, fazendo o prejuízo das vítimas da pirâmide de Madoff parecer troco de bala, visto que ele demorou 15 anos para alcançar os números do estrago que causou.

Projeções alarmantes indicam que, em 2060, o déficit anual da previdência deve atingir 3,3 trilhões de reais. Diante deste cenário, perguntas inevitáveis surgem: quem arcará com essa conta? Até quando o sistema previdenciário conseguirá se sustentar? E quais serão as consequências para os brasileiros que, após décadas de contribuição, podem ver comprometida a prometida aposentadoria? Antes disso, o governo utilizará todas as estratégias disponíveis para cumprir seus compromissos e adiar ao máximo o colapso da Previdência Social. Recorrerá a medidas de alto risco, como aumento da carga tributária, emissão de dívida e aumento na emissão de moeda, que provavelmente colocarão o Brasil em um buraco ainda mais fundo.

Uma realidade incontestável vem à tona: os cidadãos brasileiros são confrontados diariamente com a ilusória promessa de uma aposentadoria que, segundo as projeções econômicas mais realistas, nunca irá chegar, caracterizando aquilo que será sem dúvida, a maior pirâmide financeira da história.

Guilherme Dadda é vice-presidente do Instituto Atlantos e coordenador de operações do Instituto de Estudos Empresariais e Fórum da Liberdade.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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