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Estragos causados pelas chuvas no litoral de São Paulo.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Uma das grandes polêmicas recentes do atual governo Lula foi a destinação de R$ 5 milhões para a atriz Claudia Raia, através da Lei Rouanet. Em meio às tragédias no litoral norte de São Paulo, ocasionadas pelo histórico descaso estrutural na gestão pública, ao contrário do que a grande mídia noticia, chamando-a de natural, a verba milionária no setor cultural poderia ser ofuscada, porém, como minimizar o caso quando o governo federal aloca apenas R$ 7 milhões para minimizar os danos nas áreas alagadas e soterradas.

Nos momentos mais avassaladores, ocorre a nítida distinção de militância e governança. Para quem já usou o túmulo da própria esposa como palanque político, o que são centenas de casas soterradas e dezenas de mortos desconhecidos?

Qual pasta está responsável pela logística dos desabrigados? O que vale mais, um espetáculo de dança ou vidas soterradas?

As enchentes como de São Sebastião poderiam ser evitadas se o escopo técnico fosse uma prioridade desde os indícios. Momentos de tristeza ao qual estamos assistindo, induz, apesar de forçadamente, entendermos de uma vez por todas que questões básicas de moradia não se resolvem com ideologia, e sim com corpo técnico.

As perguntas que a mídia amedrontada e refém se recusa a fazer, não me furtarei: dos 37 ministros nomeados por Lula, qual está liderando a força tarefa em São Paulo? Qual pasta está responsável pela logística dos desabrigados? O que vale mais, um espetáculo de dança ou vidas soterradas?

É evidente que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi eleito em decorrência do legado extremamente técnico e eficiente durante a gestão Bolsonaro. E, devido às outras muitas pautas, também já ficou claro que, o atual governador não é bolsonarista, algo que não é mérito e nem demérito, trata-se de uma constatação.

R$ 7 milhões apenas para a população destruída. Deixando Cláudia Raia em seu quadrado, apenas por um momento, caso contrário, a Margareth Menezes pode aparecer para também sobrevoar as áreas atingidas. Foto eterniza a empatia, faraó!

Vale ressaltar mais uma falta de proporcionalidade em termos de cifras, mais um capítulo do patrimonialismo brasileiro, o Congresso bancando mudança dos parlamentares, o gasto será de R$ 40 milhões. 513 deputados federais e 27 senadores da legislatura que teve início neste ano, além dos que encerraram seus mandatos em 31/12, embolsaram ou embolsarão aproximadamente 39 mil reais a título de ajuda de custo, visando mudanças para Brasília ou fazerem o caminho inverso. Deste total, cinco senadores e cerca de 280 senadores receberam ou receberão duas cotas da verba mudança, uma pelo fim do mandato anterior e outra pelo início do atual, totalizando quase R$ 78.600,00 extras.

A verba extra de auxílio-mudança para deputados e senadores eleitos e reeleitos contempla também os residentes da capital – Brasília.

A tragédia lulopetista comemorada na folia carnavalesca está apenas começando. Existe apenas um caminho de luz para o fim deste carnaval de horrores, quando a oposição se destacar pela união de convergências e não pelos destaques nas divergências.

Dinho Ferrarezi é jornalista.

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