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Opinião do dia 3

Profissão: Professor

Segundo o Novo Dicionário Aurélio, profissão é "algo que encerra prestígio pelo caráter social ou intelectual".

Dizer que alguém tem um comportamento profissional é dizer que tem competência técnica, responsabilidade e capacidade para resolver problemas de seu trabalho.

Antonio Séron, no livro "Dismistificando a Profissionalização do Magistério", afirma que o termo "profissão docente" acumula uma grande carga social, porque nele está implícito o reconhecimento de pertencer a um setor privilegiado da sociedade".

É importante retomar a idéia de que a atividade de ensinar, tal qual como ainda hoje é entendida, é resultante, principalmente, do trabalho desenvolvido pelos padres jesuítas no Brasil, nos idos de 1549. Estabeleceram eles o primeiro sistema de educação em nosso país, advindo desse trabalho uma abertura para leigos na tarefa de ensinar. Essa atividade não poderia ser exercida por quaisquer leigos, estes deveriam fazer previamente uma profissão de fé e um juramento de fidelidade aos princípios da Igreja (Kreutz), daí a idéia de missão- sacerdócio sem profissionalização. Enfim, a docência é resultado de um processo histórico.

O magistério, relata a professora doutora em Educação Ilma Passos Veiga, talvez não seja a profissão mais prestigiada do mundo, porém certamente é uma das que têm maior número de adeptos. O 4.° Relatório Mundial da Educação da Unesco intituladado "Os Professores e o Ensino no Mundo de Trasformações", de 1998, contabiliza um total de 57 milhões de professores no mundo.

Em nosso país, atualmente, pode-se afirmar que essa profissão tem procurado defender sua imagem diante do público e das autoridades no cumprimento de sua tarefa. Digo, uma grande maioria.

A crise que assola a educação tem profundo desdobramento na definição do papel profissional do docente e em suas expectativas. O professor é hoje posto em xeque, principalmente por sua condição de fragilidade em trabalhar com os desafios da época. Nós progredimos da "palmatória" ao "laptop". Por isso, o profissional deve estar sempre motivado e atualizado, sempre em processo de aprendizagem. O professor dessa nova era deve desenvolver competências e habilidades não só no conteúdo que ministra, mas em relacionamento e comportamento dos alunos, em uma formação continuada capaz de atender à formação do cidadão em toda sua amplitude – de homem econômico, estético, social, ético. Segundo Perrenoud, "a profissionalização da docência no interior das reformas do sistema educacional seria ir em direção a um nível sem precedentes de competências profissionais; isto é, alcançar a identidade profissional".

Para nosso ministro da Educação, Fernando Haddad, o país precisa acordar para a importância da educação, diz que o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), leva em conta a questão da qualidade do ensino e defende a valorização do professor como forma de garanti-la. Diz ele: "um dos objetivos do plano é enaltecer a profissão dos professores e deixar claro que eles são necessários para se vencer o ensino de má qualidade". Nós, professores, temos um sonho: que o amanhã seja melhor, que a educação seja prioridade, e que nós possamos contribuir com nosso trabalho, nossa perseverança e nosso desejo de mudar.

Faz-se necessário que o sistema educacional tenha bons, qualificados e felizes professores. Que eles sejam respeitados e recebam dignos salários para sua atualização e manutenção.

Elinor Eschholz Ribeiro, mestre em Educação aposentada da UFPR, é professora na Uniandrade.

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