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Precisamos de uma nova política, mais próxima das pessoas de seu cotidiano, de suas preocupações. Que resgate o interesse e a participação de mulheres, homens, da juventude. Que mobilize e encante pela esperança. Ela não pode chamar atenção apenas durante as eleições

O Partido dos Trabalhadores completou, no último dia 10, vinte e nove anos de história. Neste período o PT contribuiu significativamente para a democracia brasileira. Combateu a ditadura militar, apoiou os movimentos sociais e populares, foi protagonista das "Diretas Já" e inovou no modo de fazer política, garantindo e defendendo espaço para os trabalhadores, para as minorias e para as mulheres nos processos de poder. Depois, com sua atuação no Congresso Nacional e nos legislativos municipais e estaduais, foi fundamental para o fortalecimento das instituições brasileiras.

Toda essa trajetória foi determinante na construção do modo petista de governar implementado em governos municipais e estaduais administrados pelo Partido e que sempre se pautaram pela participação da população. Com o governo Lula, a marca da distribuição de renda e da inclusão social foi alcançada, mostrando que desenvolvimento econômico só é possível através do compromisso com a justiça social. Cerca de 20 milhões de brasileiros neste governo ascenderam à classe média aumentando o consumo interno e movimentando a economia brasileira.

Um governo de responsabilidade e compromisso, cujas atitudes reduziram os efeitos da crise sobre o Brasil. Com os investimentos em infraestrutura, organizados através do PAC, o governo liderado por um petista mostra que é possível estimular o crescimento e distribuir renda ao mesmo tempo. Mas agora, na sua maturidade, aumentam os desafios para o PT. Arriscaria dizer que são de outra ordem e exigirão, novamente, a capacidade de inovação que tanto marcou o nascimento do Partido. Além de reafirmar sempre seu compromisso popular, o PT precisa se reafirmar enquanto partido do futuro, da contemporaneidade. Ajudar a construir um novo jeito de atuar na política

Acredito firmemente que, para consolidar e melhorar nossa convivência democrática, precisamos desse novo jeito. Precisamos de uma nova política, mais próxima das pessoas de seu cotidiano, de suas preocupações. Que resgate o interesse e a participação de mulheres, homens, da juventude. Que mobilize e encante pela esperança. Ela não pode chamar atenção apenas durante as eleições, como se fosse um jogo, uma luta de gladiadores, com torcidas organizadas, onde para vencer vale qualquer golpe baixo. Precisamos resgatar a missão de servir, como objetivo de poder. Precisamos, para isso, mudar as atitudes. Em vez do conflito, a cooperação. A busca do consenso. Devemos trabalhar mais pelo que nos une do que pelo que nos separa. Se acreditarmos nisso e agirmos nesse sentido, nós poderemos não resolver todos os problemas, mas avançar significativamente.

Nosso senso de responsabilidade mútua e solidariedade social devem ser expressos não apenas nas igrejas, nas escolas, em nossa rua, na família, mas também através de nossas instituições políticas, nos parlamentos, nos governos. Devíamos ser exemplos da paz que tanto desejamos na sociedade. Seguir os passos de Nelson Mandela, líder político deste século, que vive, e fez uma das mais lindas transições políticas que o mundo já viu. As ações políticas podem ter papel fundamental para melhorar a sociedade em que vivemos, não apenas com atenção às mudanças materiais. As questões econômicas são importantes, mas as mazelas das populações mais pobres e o colapso cultural que as atinge, não serão solucionados apenas com dinheiro. Acredito que nossos valores, o meio ambiente e nossa vida espiritual tem tanta importância quanto o PIB.

A política que precisamos construir agora e que vejo como um grande desafio para o PT, partido em que milito há vinte anos, deve pensar em homens e mulheres por completo e no mundo em sua totalidade.

Gleisi Hoffmann é presidente estadual do PT do Paraná.

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