Uma estratégia de desenvolvimento em pesquisa científica e foco em inovação colocou a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em destaque no ensino superior no Paraná. A PUCPR é uma de cinco universidades do Paraná e a única instituição privada entre aquelas que mais publicam trabalhos científicos no Brasil, segundo ranking da Clarivate Analytics.
De acordo com dados da base Web of Science, as 50 instituições que mais publicaram trabalhos científicos no Brasil nos últimos cinco anos são compostas por 44 universidades (43 públicas e uma particular) e seis institutos de pesquisa ligados ao governo federal (Embrapa, Fiocruz, CBPF, IFRS, Inpa e Inpe). O levantamento analisou a produção científica das instituições entre 2014 e 2018. No período, a PUCPR publicou 1.546 trabalhos, número expressivo para os dezesseis programas de Pós-Graduação stricto sensu (PPG), dos quais treze com doutorado, alguns deles ainda recentes na universidade. Isso mostra que, mesmo com PPGs muito jovens, é possível entregar os melhores níveis de qualidade.
Nenhuma instituição contribui tanto para o desenvolvimento de um país como as universidades
Em 2015, por exemplo, a instituição ficou em primeiro lugar na categoria citações de artigos científicos do Times Higher Education (THE) World University Rankings, ranking de maior prestígio do mundo na área de educação superior. Na época, apenas 17 universidades brasileiras estavam ranqueadas. Já no recorte do THE para países emergentes [Brics and Emergind Economies (2016)], a PUCPR foi a única instituição do Paraná, entre públicas e privadas, a configurar no ranking. A classificação contou com 200 universidades de 35 países, sendo 14 instituições brasileiras. Em 2017, no THE Latin America University Rankings, a PUCPR foi a única paranaense entre as 50 melhores universidades da América Latina, entre 81 brasileiras ranqueadas.
No ranking do THE em desenvolvimento sustentável [THE Universtity Impact Rankings (2019)], a PUCPR se destacou por princípios como Boa Saúde e Bem Estar; Emprego Digno e Crescimento Econômico; Indústria, Inovação e Infraestrutura; Redução das Desigualdades; Cidades e Comunidades Sustentáveis; Consumo e Produção Responsáveis; Combate às Alterações Climáticas; e Paz, Justiça e Instituições Fortes.
Na universidade, a pesquisa permeia diferentes níveis, desde a graduação, com projetos de Iniciação Científica e Tecnológica, até a pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado), desenvolvendo-se como base da formação acadêmica. Na graduação, a pesquisa científica promove a formação participativa, o desenvolvimento do senso crítico e o contato criativo com as complexidades da realidade, qualificando o estudante para um pensamento mais analítico. Na pós-graduação stricto sensu, a prática sistematizada da investigação científica encontra ambiente especialmente propício para seu desenvolvimento, uma vez que sua atividade específica é a própria pesquisa, em sua forma mais consolidada.
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A pesquisa, entretanto, não deve encerrar-se por si só: deve ter o objetivo de trazer inovação e desenvolvimento para o país. Não é possível a universidade fechar-se sobre si mesma, produzir ciência de qualidade, sem que da mesma emane bem-estar e justiça social, emprego e redução da desigualdade.
Por isso, é preciso aproveitar o momento para reflexão quanto à missão de uma universidade e os valores que ela se propõe a transmitir para a sociedade: nenhuma instituição contribui tanto para o desenvolvimento de um país como as universidades e, por isso, elas precisam estar conectadas não apenas com o presente, mas também com o futuro. Cabe, portanto, às universidades e aos seus PPGs se debruçarem nessa discussão e adequarem suas linhas de pesquisa, sempre com o olhar voltado para fora de seus muros.
Paula Cristina Trevilatto é pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).