Qualificação profissional impulsiona retomada do ensino superior

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As instituições brasileiras de ensino começam a se reposicionar, o que provocará o impulso à formação profissional e à descentralização da oferta de cursos a distância (EaD). Um dos fatores que impulsiona este movimento é o fato de a Kroton ter desistido da aquisição do Grupo Estácio, após a imposição feita pelo Cade de que marcas importantes de EaD fossem vendidas.

No mesmo sentido, o Ministério da Educação, através da Portaria 11, de 20 de junho, abriu oportunidade para a expansão da oferta de programas EaD por instituições de ensino superior públicas. As faculdades privadas que possuírem notas de 3 a 5 no Índice Geral de Cursos poderão abrir de 50 a 250 polos EaD por ano. Assim, em 2022, uma faculdade credenciada pode superar, em número de unidades, a maior ofertante dessa modalidade hoje, a Kroton, com cerca de 900 polos.

Os cursos destinados a colocar os alunos no mercado de trabalho serão os mais demandados

 

O Censo Escolar deixa claro que o crescimento do ensino superior ocorrerá por meio de cursos EaD. Nos últimos cinco anos, enquanto o número total de matrículas se manteve estável, as matrículas em cursos a distância cresceram cerca de 60%. Chama a atenção também no período a expansão de 27% na procura por cursos profissionalizantes. Fica evidente que aqueles destinados a colocar os alunos no mercado de trabalho serão os mais demandados.

Esse movimento terá impulso significativo com o novo Fies. Do limite de 310 mil vagas em 2018, até 100 mil contratos terão juro zero. Os três modelos de financiamento do programa impõem ao aluno o pagamento imediato após a conclusão do curso, o que força o contratante a buscar empregabilidade.

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Essas ações seguem em linha com a reforma do ensino médio, já em processo de implantação. Como mais de 80% dos alunos do ensino médio das escolas públicas não buscam a graduação, esta etapa dos estudos deve ter uma terminalidade voltada ao mercado de trabalho, o que a reforma traz ao possibilitar a opção por um curso técnico. Abre-se assim a oportunidade para que jovens gerem renda e garantam futuramente o crescimento do país.