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Quem faz mais, não faz melhor

Você é do tipo que ouve música, fala ao telefone, abre várias telas de navegação na internet e ainda responde um e-mail importante para o seu chefe, tudo ao mesmo tempo? Se você se orgulha disso e se acha um super herói da eficiência, saiba que você está enganado.

Uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford, coordenada por Eyal Ophir, concluiu que fazer muitas coisas ao mesmo tempo sobrecarrega o cérebro, que é preparado para atender e realizar eficientemente uma coisa de cada vez. Realizar tarefas simultâneas é possível, mas é contraproducente.

Nos testes realizados em Stanford, foram divididos 100 alunos em dois grupos. O primeiro era formado por pessoas que tinham o hábito de realizar tarefas simultâneas e o outro de pessoas que só realizavam uma coisa de cada vez.

O resultado foi que o primeiro grupo perdia muito tempo com informações e trabalhos irrelevantes, tinha mais problemas de memorizar assuntos e maior dificuldade de concentração. Além disso, os alunos pareceram mais frustrados, cansados e desmotivados frente aos que não conseguiram concluir as tarefas no tempo estipulado.

Com empresas cada vez mais enxutas, o chamado multitarefas parece ser aquele com emprego garantido. Muitos profissionais atuam diariamente com este comportamento, que por muitas vezes é necessário, para conseguir honrar as necessidades das empresas.

Esse tipo de profissional acaba assumindo responsabilidades demais, tendo que tomar decisões rápidas e assertivas, sem organização e objetivos claros, o que gera um final de dia estressante e muitas vezes sem resultados efetivos. O que parecia ser uma solução, na verdade, é a camuflagem de um grande problema.

Para mudar a situação é necessário fazer algumas reflexões. Eu dou mesmo conta de todo este trabalho? O que deve ser priorizado? Estou tendo resultados positivos na minha vida profissional e pessoal?

O mesmo exercício deve ser feito pelas empresas e seus líderes. Será que não estamos sobrecarregando nossos colaboradores? Será que não estamos desperdiçando o talento de nossos profissionais? Será que não estamos jogando muitas responsabilidades para um colaborador só?

Responder a todas essas perguntas é o primeiro passo para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Ter tempo para executar cada uma das tarefas de modo qualitativo é o melhor caminho para obter a realização profissional e os resultados esperados pela companhia. Fazer mais, quase nunca significa fazer melhor.

Marcelo Cardoso, especialista em coaching, programação neuro linguística e fundador da Arco 7

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