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| Foto: Ricardo Stuckert/PT

“Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?”
Cícero (106 a 43 A.C.), cônsul romano em discurso contra Catilina: “Até quando, ó Catilina, abusarás de nossa paciência?”

Mario Vargas Llosa, peruano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, disse que Lula é um mero vagabundo que gangrenou a democracia brasileira com a corrupção. Disse que, por ocasião da fundação do PT, nenhum de seus fundadores eram trabalhadores, mas sim burgueses que não queriam nada com a dureza. Que Lula sempre invejou seus patrões ou qualquer outra pessoa bem-sucedida, surgindo daí a expressão “nós” e “eles”, onde “nós” representa os oprimidos e “eles” é um termo pejorativo para as pessoas bem-sucedidas e que produzem algo (os “coxinhas”), para justificar a própria falta de capacidade, ética e honestidade.

Disse mais: que o legado de Lula, Dilma e do PT foi desolador: deixou 14 milhões de desempregados, 1,5 milhão de empresas falidas, fechou 243 hospitais, quase destruiu a Petrobras, levou para Brasília a maior geração de corruptos de toda a história, além do sucateamento do parque industrial brasileiro.

Para Vargas Llosa, Lula abusa da soberba ao afirmar ser melhor que “eles”, quando diz que “eles roubam e saqueiam o Brasil há mais de 500 anos”.

Lula se apropria de tudo que seus antecessores fizeram, e se diz “melhor que eles”

Só que foram “eles”, e isso Lula não fala, que construíram as rodovias, ferrovias, portos, pontes, aeroportos, cidades, hospitais, escolas e universidades. Foram “eles” que expandiram armazéns, silos, infraestrutura, indústrias de bens de consumo, a indústria automobilística, de eletrodomésticos, de construção naval, mecânica pesada, de cimento, de papel e celulose, criaram a Sudene. Foram “eles” que construíram as primeiras refinarias do país, a companhia elétrica do São Francisco, que fizeram a reforma do ensino e a ampliação das leis trabalhistas, a Justiça do Trabalho, os ministérios da Educação e da Saúde, estabeleceram o voto feminino, o voto secreto, a Justiça Eleitoral, a autossuficiência no aço, Volta Redonda, CSN, Eletrobrás, a expansão dos empreendimentos capitalistas conduzindo a economia para um franco processo de industrialização etc. Lula se apropria de tudo que seus antecessores fizeram, e se diz “melhor que eles”. Coisa que Hitler cansou de dizer e fazer na Alemanha.

“Trata-se do verdadeiro complexo de vagabundo, aquele que está sempre de olho naquilo que os outros construíram. O vagabundo, quando coloca as mãos sobre algo que não foi fruto de seu esforço, usa, abusa e destrói. A generalização de Lula vem da inveja, do ódio e da falta de humildade em reconhecer o mérito alheio. Coisa de vagabundo”, sentencia Vargas Llosa.

Por que temos de suportar esse personagem que afronta as autoridades, os poderes constituídos, as leis, as pessoas? Parece tudo girar em torno dele, seu julgamento, sua prisão, a economia, a bolsa, o dólar, as próximas eleições, como se dependêssemos única e exclusivamente dele. É isso? O Brasil depende dele para continuar sua trajetória para sermos felizes? O que esse homem tem que todos têm medo dele? Para o Supremo Tribunal Federal parece que sim, que dependemos dele. A maioria de seus ministros, com o rabo preso e contra a sociedade, se curvou, se apequenou, manchou a corte, enlameou a Constituição Federal. Alguns deles cuspiram na cara dos brasileiros.

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Vamos ver se no próximo dia 4, nessa lenga-lenga de julgamentos, o STF nos honrará ou aparecerá como mais um órgão comprado no cenário nacional, nos envergonhando.

Mas, afinal, quantos seguidores o pixuleco tem? Um milhão, 2 milhões, 5 milhões, 10 milhões de brasileiros e mais meia dúzia de patetas e ideólogos do “quanto pior, melhor” que ainda o defendem? E os outros 200 milhões de brasileiros que não o seguem? Aliás, quantos o seguem?

Esse personagem dividiu o país. Que mérito há nisso? Com ele e o PT, a violência e a insegurança aumentaram, a economia quebrou, o país foi conduzido ao anarquismo, senão a um comunismo embrionário. Temos vergonha do que o Brasil se tornou. O resultado do seu trabalho é que mais de 52 milhões de brasileiros estão na linha ou abaixo da linha da pobreza, segundo o IBGE. Esse é seu verdadeiro legado! Além da corrupção desenfreada em todos os níveis.

O cientista político americano Steve Brams afirma que “o Brasil vive um momento conturbado e que as políticas e reformas adotadas pelo Estado ergueram os pilares para a implementação de um regime socialista, mais próximo do comunismo do que se possa imaginar”. Diz que o nosso sistema em “nada se assemelha a uma democracia e sim a um sistema arbitrário que permite abusos de poder por parte do governo e, sobretudo, beneficia a corrupção e a impunidade”. Grande legado de Lula e do PT!

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E ele ainda se acha vítima, um perseguido político. Até quando o país aguentará, sustentará este embuste? Há brasileiros que perderam a paciência, como os gaúchos de Bagé que o puseram a correr. Começou outra época, a do povo brasileiro demonstrando que aqueles que têm medo ou os seguidores de Lula podem ser minoria, apesar do STF.

“Até quando, ó Lula, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia sem freio? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a tem já dominada todos estes que a conhecem? Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas? Oh, tempos, oh, costumes! As autoridades têm conhecimento destes fatos, o Brasil tem-nos diante dos olhos; todavia, este homem continua vivo! Vivo?!”, poderíamos dizer, adaptando Cícero em seu discurso.

Em tempo: enquanto o país para para ver Lula passar, o jurista Ives Gandra Martins, em recente artigo, faz um alerta: diz que Brasília está divorciada da realidade, alienada, insensível ante a realidade brasileira, é a Versalhes de Luis XVI no Brasil de 2018. “Se o povo não tem pão, então que comam brioches.”

Vamos ver até quando isso se sustentará.

Cláudio Slaviero, empresário, é ex-presidente da Associação Comercial do Paraná.
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