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Neste ano de 2009 intensificaram-se as articulações com vistas ao pleito de governador do estado em 2010. O secretariado do prefeito Beto Richa mostra clara tendência de que ele considera a possibilidade de candidatar-se ao Palácio Iguaçu, o que é perfeitamente natural depois de sua consagradora vitória para prefeito sufragado por 77% do eleitorado.

A escolha do deputado federal Alceni Guerra (DEM) para a Secretaria do Planejamento recaiu em excelente homem público, que engrandeceu os cargos de ministro da Saúde no governo Fernando Collor de Mello, de chefe da Casa Civil de Jaime Lerner, diretor da Lactec no governo Requião e ultimamente secretário de Educação de Brasília. Líder na Região Sudoeste, seu prestígio abrange todo o estado.

Passando por cima das prestigiosas lideranças eleitorais curitibanas dos deputados estaduais Ney Lopes (PP) e Osmar Bertoldi (presidente do DEM), estendeu ramificações ao interior ao nomear para o secretariado personalidades ligadas aos deputados federais Nelson Meurer, Eduardo Sciarra e Dilceu Sperafico.

A indicação dos presidentes municipais do PDT, Jorge Bernardi, e do PPS, Marcos Isfer, para a Secretaria do Trabalho e o comando da Urbs assinalou cumprimento de compromissos de campanha.

Confirmando Eleonora Fruet, irmã do deputado federal Gustavo Fruet, na Secretaria da Educação, e Luiz Eduardo Sebastiani, filho do experiente articulador político Silvio Sebastiani, na Secretaria das Finanças, garantiu a continuidade do elogiável trabalho desenvolvido nessas áreas.

Beto Richa tem de dar o bote certo, como fez José Serra, que pulou da prefeitura de São Paulo para governador do estado. Se tudo não for meticulosamente arquitetado, Beto pode comprometer sua carreira política com renúncia à prefeitura e insucesso na eleição.

Interessante constatar que os prováveis contendores de Beto Richa, filho do saudoso governador José Richa, são todos originários do antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do qual tive o privilégio de ser fundador e o primeiro presidente em Curitiba, em 1968. Alvaro e Osmar Dias, Orlando Pessuti e o governador Requião vieram todos do partido que liderou a luta pela redemocratização do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva meteu a colher, sem ser convidado, no processo eleitoral do Paraná, manifestando a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores apoiar a candidatura do senador Osmar Dias, uma vez que este é líder do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que integra a base de sustentação do seu governo. Lula também mencionou como candidatos o ministro do Planejamento Paulo Bernardo e o ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, cometendo gafe política porque o PMDB tem como nome natural o vice-governador Orlando Pessuti.

Nos próximos artigos continuarei analisando os prováveis candidatos ao governo do estado.

Léo de Almeida Neves é membro da Academia Paranaense de Letras, ex-deputado federal e ex-diretor do Banco do Brasil.

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