• Carregando...

Terminada a contagem de votos das urnas do segundo turno, o Brasil acaba de decidir, soberano, a reeleição da presidente Dilma Rousseff para novo mandato, após período de campanha em que prevaleceram debates acirrados, com reciprocidade de ataques e defesas, propiciando ofensas pessoais aos candidatos e seus familiares: atitudes insensatas, condenáveis, deselegantes, mas fruto da mais acalorada e nunca vista disputa eleitoral. Modalidade que ocupou o maior tempo, restando pouquíssimo espaço para apresentação de ideias e propostas, principalmente de inovação da qual tanto carece o Brasil, principalmente neste turno final. Notou-se um descompasso de consideração com o tamanho e importância do país, com o povo brasileiro.

Aos extremos, provocou reação oportuna do TSE, como freio que, acreditamos, momentâneo; atitude que deve merecer reflexão e regras disciplinais pré-estabelecidas, com o cuidado de não tolher o livre exercício da livre expressão, pilar maior sobre o qual se assenta a democracia. Anotamos, no decorrer dos debates, faltas pontuais como: de identidade e fidelidade partidária, que são enfraquecedoras da representação político-partidária e eleitoral; ausência na discussão, também pontual, das grandes questões brasileiras, distanciando o cidadão pátrio da desejada noção salutar da verdadeira maneira de fazer política; de crédito de confiança, em consequência, ora vencida de vez a atual política partidária, pois o confronto realizou-se de forma exclusiva entre dois grupos dominantes, e os demais partidos não foram ouvidos, consultados ou não apresentaram subsídios; e ponderação de valores éticos, no objetivo de conquistar os poderes com assento em Brasília a qualquer custo, com a dominação, desde o início das eleições gerais do primeiro turno, de interesses locais e pessoais – principalmente de mandatos parlamentares, sob a regra do voto proporcional calculado por um injusto quociente eleitoral: quem ganha nem sempre é o que leva! É desconsideração ao eleitor.

Tudo isso, deduz-se como expoente fático, pela necessidade inadiável de uma reforma política, ampla, profunda e abrangente, como temos pleiteado desde 1993 – portanto há mais de 20 anos – através da Associação Comercial do Paraná e do Movimento Pró-Paraná, plataforma revitalizada solidariamente ano a ano. Nesse período, computados os oito anos de domínio do PSDB e 12 anos do PT, nada aconteceu em prol da reforma. Reiteramos que o processo de discussão e análise se amplie aos itens elencados pelas entidades citadas: fidelidade partidária; cláusula de desempenho; voto distrital misto; voto facultativo e financiamento de campanha. Propusemos, no limiar do pleito apresentado pela ACP, realizar-se tão almejada reforma através de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva e Representativa, pré-programada em debates entre o público e o privado; contudo, sempre, sob soberania popular, pragmática e objetiva.

Reconhecendo o que ocorreu – acreditamos, com a mesma leitura oferecida neste texto –, a presidente Dilma, em seu pronunciamento após a vitória, enfatizou a necessidade prioritária das reformas para o bem do Brasil; começando pela política, que, sendo a "mãe de todas as reformas", sedimentará, uma vez realizada e se bem calçada, o caminho para a inovação e o progresso do país. Desejamos sucesso à recém-reeleita, maior mandatária executiva da nação, com nosso respeito e solidariedade, por renovar nossas esperanças em ver realizada, com urgência, a almejada reforma; o que fará com a liderança e apoio eleitoral ora recebidos.

Jonel Chede, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, é presidente do Movimento Pró-Paraná.

Dê sua opinião

Você concorda com o autor do artigo? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]