Ao longo da história, fenômenos inexplicáveis exerceram um fascínio hipnótico a ponto de gerar sensações mistas de atração e medo. E quando estes fenômenos ocorrem no céu, e em particular à noite, a imaginação dispara com a possibilidade de estarem relacionados com vida extraterrestre, o que deu origem a uma rica cronologia de debates e pesquisas. A percepção pública dos objetos voadores não identificados (OVNIs) mudou para sempre depois de 1947.
Em 24 de junho, enquanto pilotava seu avião, Kenneth Arnold observou nove objetos brilhantes movendo-se no céu em alta velocidade sobre o Monte Rainier, em Washington. A partir daí, inúmeros relatos de OVNIs foram gerados em todo o mundo, desde o incidente de Roswell (agosto de 1947), no qual uma espaçonave extraterrestre teria caído perto da cidade de Roswell, Novo México, até as luzes de Phoenix (março de 1997), geradas uma espécie de obsessão global.
O relatório da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre avistamentos de óvnis é publicado periodicamente, mas não segue uma frequência anual fixa. A FAB começou a documentar e divulgar oficialmente relatos de fenômenos aéreos não identificados a partir de 1954. Os registros foram mantidos de forma confidencial por muitos anos, mas, desde a década de 2010, parte desses documentos começou a ser disponibilizada ao público por meio do Arquivo Nacional, conforme a Lei de Acesso à Informação.
Embora a FAB não tenha um calendário regular para a divulgação desse material, a liberação de novos documentos costuma ocorrer em lotes, e cobrem períodos variados, dependendo dos depoimentos recebidos e analisados. Cada novo lote pode trazer à tona informações sobre avistamentos em diferentes anos, sendo que os documentos mais recentes costumam ser os mais aguardados pelos pesquisadores e pelo público interessado no tema.
O mais recente relatório revelou que, só no ano de 2023, pilotos de avião relataram avistar 80 objetos voadores não identificados (óvnis) no espaço aéreo brasileiro. Toda vez que esse compilado é divulgado o assunto reaviva o debate sobre a existência de vida extraterrestre e a possibilidade de contato com seres de outros planetas.
Enquanto a notícia costuma causar surpresa e inquietação na população em geral, pesquisadores da Associação Dakila Pesquisas já catalogam há mais de 20 anos evidências semelhantes. Eles comprovaram que os avistamentos são uma manifestação concreta da existência de fenômenos que desafiam as explicações convencionais e indicam a necessidade de a ciência tradicional assumir uma forma mais abrangente de investigar o tema.
Os avistamentos relatados pelos pilotos envolvem objetos de formas e comportamentos variados, desde luzes que se movem em alta velocidade até estruturas metálicas que desafiam as leis conhecidas da física. Em alguns casos, os pilotos descreveram objetos que acompanharam suas aeronaves por longos períodos, realizando manobras impossíveis para qualquer tecnologia humana conhecida.
Os relatos foram registrados por pilotos comerciais e militares, muitos dos quais possuem décadas de experiência no ar. A FAB, que mantém um protocolo rigoroso para a investigação de tais ocorrências, compilou os relatos e os analisou em busca de padrões. O relatório, embora técnico, admite que as descrições fornecidas pelos pilotos não correspondem a nenhuma aeronave ou fenômeno meteorológico conhecido.
A Dakila Pesquisas, que possui laboratórios de ponta no Brasil e no exterior, reconhece que os avistamentos são apenas a ponta do iceberg. Segundo a associação, o número real de avistamentos é muito maior, mas muitos casos não são reportados devido ao medo de descrédito ou ao estigma associado ao tema.
Os dados do relatório da FAB reforçam a importância das pesquisas independentes e o que está em jogo aqui é mais que simples curiosidade.
Estamos diante de fenômenos que podem alterar nossa compreensão sobre o universo e o lugar da humanidade nele
Nos Estados Unidos, a questão dos óvnis ganhou destaque após o governo divulgar relatórios que confirmam a existência de fenômenos aéreos inexplicáveis, atraindo a atenção de políticos e militares. No Brasil, entretanto, o tema ainda é tratado com certa reserva, embora o número crescente de avistamentos torne inevitável um debate mais aberto e transparente.
Pesquisadores da Dakila defendem que é necessário estabelecer uma parceria entre instituições governamentais e centros de pesquisa independentes para investigar esses fenômenos com a seriedade que merecem. Não estamos falando apenas de teorias da conspiração. Existem dados concretos, evidências que precisam ser estudadas.
Com o aumento do interesse público e a pressão por respostas, o Brasil pode estar à beira de uma nova era em termos de investigação de óvnis. A Associação Dakila Pesquisas planeja expandir seus esforços, investindo em tecnologias de ponta e colaborando com cientistas de diferentes disciplinas para entender melhor os fenômenos que desafiam a lógica tradicional.
Para muitos, o relatório da FAB é um sinal de que há muito mais a ser descoberto. "Estamos apenas arranhando a superfície", conclui Oliveira. "O que está lá fora, no céu, é um convite para ampliarmos nossas fronteiras do conhecimento."
Se os avistamentos de óvnis representam o começo de uma nova fase na história da humanidade, apenas o tempo dirá. O que é certo, porém, é que a busca por respostas está longe de terminar.
Urandir Fernandes de Oliveira é pesquisador, cientista e historiador. É também presidente do Instituto Dakila Pesquisas.
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