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Em 2023, o estado do Paraná registrou 70.464 acidentes de trânsito, dos quais 2.962 resultaram em óbitos. Entre as rodovias mais letais, destacam-se a BR-277, com 1.110 mortes (37%), a BR-376, com 504 mortes (17%), e a BR-116, com 444 mortes (15%). Juntas, essas três rodovias concentraram 69% dos acidentes fatais no Paraná.
São José dos Pinhais registrou o maior número de óbitos, especialmente na BR-277, mais conhecida como Rodovia do Café. O trecho entre os quilômetros 65 e 77, que compreende o Contorno Leste e a Praça de Pedágio, é notoriamente perigoso. Essa área de rodovias, que conecta a capital do Paraná a outras regiões e ao litoral, foi palco de 2.357 acidentes e 97 mortes em 2023.
Um dos trechos que mais chamaram a atenção em 2024, em comparação com 2023, é a descida da serra do Mar na BR-376, no Paraná, entre os quilômetros 660 e 679. No trecho, que inclui a conhecida “Curva da Santa” (km 668,7), em 2023, foram registrados 1.052 acidentes, com 19 mortes
Até outubro de 2024, os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam 58.970 ocorrências ou acidentes nas rodovias do Paraná, com 2.601 mortes. A BR-277 segue liderando como a mais perigosa rodovia no Paraná, com 18.740 acidentes e 782 óbitos (30%). A BR-376 aparece em segundo lugar, com 12.811 acidentes e 633 vítimas fatais (24%), seguida pela BR-116, com 9.516 acidentes e 291 mortes (11%).
As principais causas dos acidentes fatais nas rodovias do Paraná estão diretamente relacionadas ao comportamento dos condutores. A ausência ou reação tardia do motorista foi responsável por 429 óbitos, seguida pela velocidade incompatível com a via (299 mortes) e o tráfego na contramão (67 mortes). Quanto aos tipos de veículos envolvidos, os automóveis lideram as estatísticas, com 15.979 acidentes e 651 mortes, seguidos por motocicletas, com 6.535 acidentes e 359 mortes. Curiosamente, os semirreboques registraram 4.522 acidentes, mas nenhum óbito. Um dado que merece destaque é o número de pedestres e testemunhas fatais, ou seja, pessoas que não estavam a bordo dos veículos e se envolveram em acidentes, sendo 183 vítimas, representando 11% do total de mortes nas três BRs.
Mais da metade das mortes (51%) ocorreram em dias de céu claro, e os finais de semana (sexta-feira, sábado e domingo) concentraram 59% dos acidentes fatais. Além disso, a maioria dos óbitos ocorreu em trechos de pista dupla e em retas, indicando que a infraestrutura rodoviária, combinada com comportamentos imprudentes, desempenha um papel crítico na geração de tragédias.
Um dos trechos que mais chamaram a atenção em 2024, em comparação com 2023, é a descida da serra do Mar na BR-376, no Paraná, entre os quilômetros 660 e 679. No trecho, que inclui a conhecida “Curva da Santa” (km 668,7), em 2023, foram registrados 1.052 acidentes, com 19 mortes. Já em 2024, até outubro, o número de acidentes subiu para 1.233, enquanto os óbitos saltaram para 251, representando um crescimento de 1.221% no total de vítimas fatais.
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As principais causas de acidentes fatais nesse trecho da rodovia no Paraná são problemas nos freios, responsáveis por 228 ocorrências e 56 mortes, seguidos por falhas mecânicas ou elétricas, que ocasionaram 194 acidentes e 54 óbitos. A velocidade incompatível com as condições da via aparece como o terceiro maior fator, com 169 acidentes e 48 mortes.
O período de férias é tradicionalmente marcado por um aumento expressivo no fluxo de veículos em nossas rodovias. Contudo, a combinação de imprudência, negligência e imperícia no trânsito pode transformar essas viagens em cenários de risco.
Rafaela Aparecida de Almeida é doutora em Gestão Urbana e professora da ESGCN no Centro Universitário Internacional Uninter.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos