Imagem ilustrativa.| Foto: Reprodução/ Facebook
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O Dia da Gratidão, celebrado no 6 de janeiro, celebra uma das mais importantes virtudes do ser humano. Sua prevalência é fator espiritual, emocional, psicológico e de caráter que favorece o afloramento de outros valores e qualidades e uma interação pessoal e social mais harmoniosa.

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O indivíduo grato é mais justo, pois reconhece as ações do próximo e tudo o que recebeu, seja algo tangível, uma palavra de conforto ou força moral num momento difícil. Exercita, assim, a reciprocidade da gentileza, do apoio e do ombro amigo. Pelas mesmas razões, é menos egoísta, mais solidário, altruísta e tolerante. Ou seja, convive melhor com as diferenças, ao valorizar cada gesto e a mais singela atenção por parte dos que o cercam na família, no trabalho e no cotidiano, independentemente da crença, etnia, ideologia e gênero.

A gratidão é particularmente relevante para o florescimento do dom do perdão, decisivo para a boa convivência.

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Na área da Psicologia Social, é possível notar com clareza como essas posturas ou a ausência delas impactam de modo expressivo, positiva ou negativamente, as conexões de um indivíduo com os seus grupos de interação. O mais importante no caso é saber que as pessoas podem mudar seu comportamento no âmbito familiar, profissional e social, não apenas num esforço subjetivo, como também por meio de ajuda profissional. A ciência contribui para isso, por meio de apoio psicológico. A religião também ajuda muito, nutrindo os corações com a bênção da boa vontade.

A gratidão é particularmente relevante para o florescimento do dom do perdão, decisivo para a boa convivência. Ao percebermos e valorizarmos o que recebemos de bom diariamente nas nossas interações, torna-se muito mais fácil relevar eventuais ofensas e atos que nos contrariam. Se analisarmos com um pouco mais de atenção nossas rotinas diárias, desde as soluções de questões familiares e profissionais, passando pelas discordâncias políticas, até eventuais situações de conflitos no trânsito, concluiremos, sem dúvidas, ser impossível viver em sociedade sem exercitar diariamente o perdão.

Não era sem razão que Martinho Lutero, precursor da Reforma Protestante no Século XVI, afirmava que “a graça (grifo meu, para enfatizar o valor semântico do termo na frase como sinônimo de gratidão) é uma qualidade que dá ao homem a força de executar as exigências da lei”. Numa visão menos pragmática e mais espiritual, também deixou claro que a única recompensa plausível pelo perdão, de Deus e das pessoas, é a gratidão, imaterial, mas soberana como preceito cristão. Esta, aliás, é uma das fortes bases filosóficas e doutrinárias que inspiraram suas convicções e moveram sua vivência religiosa.

Com fé espiritual e crença na capacidade humana de melhoria dos nossos processos interativos, por meio da introjeção holística da gratidão em nosso universo cognitivo, teremos mais empatia com as pessoas e os distintos grupos sociais nos quais convivemos. Ah, não nos esqueçamos de agradecer cada passo que dermos nesse movimento permanente de aprimoramento pessoal. E muito obrigado, caros leitores, pela atenção a este artigo!

Robinson Grangeiro Monteiro é chanceler do Instituto Presbiteriano Mackenzie, mestre em Psicologia Social, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e em Ministério pelo Reformed Theological Seminary (USA).

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]