Centro de Curitiba vazio com a quarentena.| Foto: Leticia Akemi/ Gazeta do Povo
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Se invertêssemos as palavras do título acima, ainda assim ele continuaria fazendo sentido, porque ambas as assertivas são exigidas para enfrentar o sombrio momento que vivemos: responsabilidade e segurança. Não esqueçamos que o país não vive algo parecido desde a gripe espanhola que vitimou milhares de brasileiros em 1918. As demais crises sanitárias, como a gripe asiática de 1957 e as que nos ameaçaram nos primeiros anos deste século, foram muito mais brandas.

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Em primeiro lugar, espera-se responsabilidade da classe política no encaminhamento das medidas necessárias ao combate ao Covid-19, a doença que colocou o mundo em quarentena. Sem isso a pandemia poderá causar mais estragos do que os tidos como inevitáveis. Atitudes de descaso perante o problema atrapalham o encaminhamento dos protocolos e contribuem para a propagação do mal.

Dos governantes exige-se segurança nas orientações. Transmitir informações sólidas, coerentes e verdadeiras permite que os cidadãos compreendam a gravidade da situação. O inverso irá fazer com que a população não se engaje na luta e desdenhe das medidas apregoadas.

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O momento impõe a necessidade de união nacional entre sociedade e poderes constituídos, o que será alcançado apenas se houver maturidade dos líderes políticos – qualidade que, como nunca, agora é preciso demonstrar. Não estamos em tempos de gracejos ou de especulações, pelo contrário. A seriedade deve dar o tom e espera-se dos governantes planejamento que leve em conta quadros que ainda poderão vir, embora o otimismo na melhora da situação deva sempre alimentar nossas esperanças.  Portanto, vamos dar crédito a quem está trabalhando com base nos preceitos médicos adequados, com amplo conhecimento da matéria.

De outro lado, será fundamental que a sociedade siga à risca todas as recomendações, especialmente as de isolamento para evitar contágio comunitário, bem como os cuidados preventivos no dia a dia, que vêm sendo divulgados. É hora de pensar no todo e não em si. A sociedade deverá se organizar de tal maneira que o egoísmo de uns não venha a prejudicar outros, como ocorre na compra exagerada de mantimentos e medicamentos.

A tecnologia proporcionada pela informática deve ser explorada à exaustão. Trabalho remoto, atendimentos por plataformas digitais, reuniões em ambientes virtuais, dentre outros instrumentos, devem ser utilizados.

Na área da Justiça, todos os seus operadores têm um enorme compromisso, porque ela é um serviço público de primeira necessidade, e o grande desafio é continuar prestando esse serviço. O estado do Paraná tem a seu favor um grande aliado, pois 100% dos processos são digitais; na plataforma eletrônica é possível fazer o Judiciário funcionar e, nesse sentido, os tribunais que prestam jurisdição no estado definiram medidas para assegurar tal funcionamento, inclusive mantendo julgamentos em sessões virtuais, que já vinham sendo realizados antes. Não estamos de férias, estamos em trabalho remoto.

E assim também deverá ocorrer na economia: o uso da criatividade para evitar o colapso dos indicadores do setor. O universo digital irá não só nos ajudar, mas oferecer o suporte para acompanharmos o desenrolar da crise. Mais ainda: será por meio da tecnologia que o país continuará funcionando.

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Não deveremos nos esquecer da solidariedade nesses dias. Uns sofrerão mais os impactos da crise, outros menos; então, uma característica que sempre marcou o povo brasileiro, a fraternidade, deverá mais do que nunca ser exercitada.

Se cada um cumprir o seu papel, venceremos o vírus de forma mais rápida e menos traumática. É para isso que a OAB Paraná está mobilizada, ao lado de seus mais de 70 mil advogados, que continuarão lutando, mais do que nunca, por justiça social. Serenidade, força e saúde a todos!

Cássio Lisandro Telles é presidente da OAB Paraná.