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Seminários do G20 sobre a Amazônia no INPA
| Foto: Stephanie Morcinek/Unsplash

Manaus sediou, nos dias 17 e 18 de setembro passado, o Seminário Internacional G20 sobre Amazônia e Florestas Tropicais, um evento de grande relevância global que reuniu especialistas, cientistas e representantes de organizações internacionais para discutir questões cruciais sobre a preservação ambiental, inovação científica e cooperação internacional voltadas às florestas tropicais. O evento foi organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Unesco, Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII).

As discussões, segundo o site do INPA, aconteceram no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e integram as iniciativas do G20 voltadas para a sustentabilidade, a ciência e a inovação. Foi imprescindível o credenciamento prévio para cobrir o evento. Com o foco em "Inovação Aberta para o Desenvolvimento Justo e Sustentável", o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) liderou o Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20, do qual tomaram parte lideranças dos países-membros do Grupo das maiores economias do planeta, oportunidade em que foram discutidos no seminário desafios e oportunidades de pesquisa e inovação na região amazônica.

Participaram do encontro o diretor do Inpa, professor Henrique Pereira; o diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), João Valsecchi, a coordenadora da unidade de Belém (PA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Alessandra Gomes. De forma remota, o seminário contou com a participação do diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Nilson Gabas Júnior; e da chefe de Unidade na Região Amazônica do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Tatiana Schor. Henrique Oliveira destacou que esta é uma primeira reunião construindo uma pauta que significará o trabalho em cooperação bilateral entre cada uma das instituições e seus pares. A reunião tratou ainda de uma colaboração em rede visando obter financiamento do BID. Segundo Pereira, “para além de reconhecer, valorizar e dar visibilidade ao trabalho dessas organizações, queremos nos planejar para os próximos dez anos. Isso nos dará uma via de trabalho que poderá viabilizar resultados mais significativos”.

Tendo em vista avançar a integração e ações estratégicas, os dirigentes decidiram criar um fórum regional permanente, de caráter consultivo, e coordenado pela Subsecretaria para a Amazônia do MCTI. Também será realizada uma Conferência Livre com tema sobre a Amazônia no âmbito da V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (V CNCTI), em formato híbrido, a ser organizada pela Subsecretaria com participação de unidades vinculadas ao bioma. A Conferência Livre será realizada até abril, conforme o cronograma do CTI, e os resultados servirão de base para a futura formulação da política de CT&I para a região.

Sobre a cultura das instituições, Henrique Pereira salientou que “a cooperação já trouxe resultados expressivos e com impactos positivos no desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira e na melhoria da qualidade de vida das pessoas”. Cita como exemplos “a longeva parceria entre o Inpa e o Mamirauá e entre o Inpa e o MPEG”. De acordo com o site do INPA, trata-se de protocolos para manejo de crocodilianos (jacarés), o desenvolvimento de manejo de florestas alagáveis e contribuições para políticas públicas na área de manejo florestal comunitário”. Por outro lado, a 5ª CNCTI terá como tema "Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido". Seu objetivo consiste em analisar os programas e os planos da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2016-2023 e seus resultados objetivando propor recomendações para a elaboração da ENCTI 2024-2030, além de ações a serem executadas em longo prazo.

Além do seminário sobre a Amazônia, na última segunda-feira (14), ocorreu a abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Inpa/MCTI). Nas exposições, oficinas, jogos e visitas a laboratórios, os visitantes têm a oportunidade de conhecer detalhes da rica biodiversidade da Amazônia, como os cientistas realizam as pesquisas e as possíveis aplicações científicas e tecnológicas para desenvolver de forma sustentável a região.

Com o tema “Biomas do Brasil: Diversidade, Saberes e Tecnologia Sociais”, a SNCT é uma oportunidade do Inpa destacar as pesquisas que desenvolve na região, o bioma mais megadiverso em formas de vida do planeta. De acordo com o diretor do Inpa, o pesquisador Henrique Pereira, “a Amazônia não é apenas uma vasta floresta, mas um tesouro de animais, plantas e microrganismos, um laboratório vivo que nos ensina a cada dia sobre a complexidade da vida e a necessidade urgente de sua preservação e da valorização de seus povos.

“Queremos que todos, especialmente os nossos jovens, sintam-se inspirados a explorar o mundo da ciência e a compreender a sua importância para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e para a melhoria da qualidade de vida de todos”, destaca o diretor.  Mais ainda, no "Portas Abertas” estarão presentes alguns dos  laboratórios do Instituto bem como coleções científicas biológicas, que normalmente são fechadas ao público, mas, durante a SNCT permitem que os visitantes vejam onde e como as pesquisas são realizadas. Será um momento mágico e vamos juntos fazer da semana um marco de aprendizado e conscientização”, frisou..

Osiris M. Araújo da Silva, economista, consultor de empresas, colunista econômico e escritor, é membro da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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