Investir na inovação tecnológica e no desenvolvimento sustentável é iniciativa inescapável para as gestões municipais bem-sucedidas, especialmente nos dias atuais, em que o adensamento populacional exige ideias e soluções cada vez mais rápidas aos desafios urbanos. Em Curitiba, a preocupação em avançar nessa direção foi exposta no plano de governo do prefeito Gustavo Fruet, que já estabelecia diretrizes como o fortalecimento da cidadania digital, o reposicionamento da capital paranaense no patamar das principais cidades inovadoras e criativas do mundo, a transformação de Curitiba numa “cidade inteligente” e a operação de uma rede pública com investimentos em tecnologias da informação e comunicação (TIC).
Para que o progresso nessas áreas ocorra de forma definitiva e contínua, a prefeitura de Curitiba decidiu retomar a governança da tecnologia da informação e a capacidade de planejar e desenvolver soluções digitais. O uso das TIC no setor público, de maneira geral, foi organizado desde os anos 1960 na forma de instituições centralizadas – empresas públicas ou de economia mista e autarquias, por exemplo. O modelo trouxe agilidade nos processos sem perder o foco no benefício ao cidadão. Entretanto, com a tecnologia sendo cada vez mais parte integrante de todas as atividades, é essencial que o Estado detenha a gerência e oriente a estratégia das tecnologias, tanto nos aspectos centrais de coordenação e governança como na necessidade de pensar o uso das TIC dentro de cada atividade do governo – educação, saúde, finanças, transporte etc.
O avanço tecnológico da gestão pública depende da disseminação de conhecimento para que os profissionais de diversas áreas possam aplicá-lo em seus ambientes de trabalho
A prefeitura de Curitiba trabalha para aplicar soluções inovadoras na gestão dos seus serviços e recursos com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população. Para isso, põe em prática um grande projeto de infraestrutura tecnológica que, caso viabilizado por meio de uma linha especial de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), garantirá a aplicação de até R$ 85 milhões em redes, ambientes de processamento, georreferenciamento e automação de processos.
Um fato: não se faz tecnologia sem pessoas. O avanço tecnológico da gestão pública depende da disseminação de conhecimento para que os profissionais de diversas áreas possam aplicá-lo em seus ambientes de trabalho e associá-lo a suas demandas e atividades diárias.
É por isso que a prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria de Informação e Tecnologia (SIT), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e sob a coordenação do Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), iniciou, em fevereiro, o primeiro curso de pós-graduação em Gestão Pública de Tecnologia da Informação e Comunicação. A expectativa é de que os 41 gestores públicos matriculados incorporem as TIC às suas atividades regulares. A iniciativa irá fomentar projetos urbanos inovadores na medida em que a cultura tecnológica não ficará limitada ao núcleo de pessoas que já atuam com a informática.
Todas as ações também deverão fortalecer e ser norteadoras do conceito smart city, ou seja, serão integradas e sustentáveis, buscando a solução de problemas urbanos com tecnologia e inovação.
A movimentação atual e o histórico em soluções urbanas inteligentes certamente foram determinantes na escolha da capital paranaense como sede da próxima edição do Smart City Business Congress & Expo, maior evento da América Latina sobre o assunto, que ocorrerá entre 19 e 21 de maio. Uma oportunidade, sem dúvida, para Curitiba reafirmar sua aposta na sustentabilidade e na inovação como indutoras do desenvolvimento.
Deixe sua opinião