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O 7 de setembro e os limites da liberdade

7 de setembro em São Paulo
Manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em 7 de setembro de 2021; dois anos depois, local receberá novo protesto, pedindo impeachment de Alexandre de Moraes. (Foto: Fernando Bizerra/EFE)

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O 7 de Setembro, uma data que celebra a independência do Brasil, tem se transformado em um palco de debates acalorados sobre a natureza da liberdade de expressão e os limites da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um país onde a democracia é constantemente testada, o simbolismo da data ganha uma nova dimensão ao ser confrontado com decisões judiciais que geram polêmica.

A liberdade de expressão é um dos pilares da democracia, garantida pela Constituição e essencial para o funcionamento saudável de qualquer sociedade plural. No entanto, como qualquer direito, ela não é absoluta e está sujeita a limites quando entra em conflito com outros valores fundamentais, como a ordem pública e os direitos de terceiros. O STF, como guardião da Constituição, frequentemente se vê no papel de arbitrar esses conflitos, o que pode levar a decisões que nem sempre são bem recebidas por todos os setores da sociedade.

O 7 de Setembro, ao nos lembrar da luta pela independência e pela autonomia nacional, também nos convida a refletir sobre o estado atual da nossa democracia

Recentemente, algumas decisões do STF têm gerado controvérsias. Críticos apontam que o Tribunal tem adotado uma postura que, em sua visão, exagera na regulamentação da liberdade de expressão, impondo restrições que, segundo eles, ameaçam a essência desse direito. Tais decisões frequentemente envolvem questões de segurança nacional e de combate a discursos de ódio, mas também levantam preocupações sobre o equilíbrio entre a proteção de direitos e a preservação da liberdade individual.

O problema é que, ao tentar ajustar o balanço entre esses interesses, o STF pode acabar por criar um clima de insegurança jurídica e de cerceamento da liberdade. Isso é especialmente sensível em um contexto onde a polarização política e a desinformação são desafios persistentes. Quando a corte intervém, suas decisões podem ser vistas não apenas como uma aplicação da lei, mas também como uma influência direta na opinião pública e no discurso político.

Em tempos de crescente desconfiança nas instituições e de polarização exacerbada, é crucial que o STF atue com uma sensibilidade especial. A manutenção do Estado de Direito e a proteção da democracia dependem de um equilíbrio delicado entre garantir a liberdade de expressão e proteger a sociedade de abusos e ameaças. A crítica às decisões judiciais, no entanto, deve ser fundamentada e orientada pelo respeito às instituições e aos princípios democráticos.

O 7 de Setembro, ao nos lembrar da luta pela independência e pela autonomia nacional, também nos convida a refletir sobre o estado atual da nossa democracia. Em um momento em que a liberdade de expressão está sendo constantemente testada, é vital que o debate sobre o papel do STF e as implicações das suas decisões seja conduzido com maturidade e responsabilidade. O desafio é garantir que a busca por justiça e segurança não comprometa os valores fundamentais que sustentam a nossa sociedade democrática.

Willian Jasinski é advogado, com especializações em Direito Aplicado e Direito Previdenciário e do Trabalho.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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