Em grande parte do mundo, assim como no Brasil, a solenidade de Corpus Christi, vivida pelos católicos todos os anos, é marcada por um elemento exterior muito característico: as ruas enfeitadas para a procissão que acontece. Afinal, qual é o propósito de enfeitar, fazer uma procissão e carregar a Santíssima Eucaristia nesta data?
Para compreender, retornamos ao ano de 1264, quando um milagre eucarístico aconteceu na cidade italiana de Bolsena. As relíquias da Santíssima Eucaristia, que tinham se transformado em carne ensanguentada, foram levadas em procissão até a cidade de Orvieto. Já havia no mundo católico um movimento para o reconhecimento de uma festa da Eucaristia. O acontecimento milagroso levou o Papa Urbano IV a decretar a vivência litúrgica da solenidade para toda a Igreja Católica.
Desde então, a procissão acontece todos os anos, sessenta dias após a Páscoa, numa quinta-feira, visto que a última ceia de Jesus aconteceu também em uma quinta-feira. Foi nesta ceia que Cristo instituiu a Santíssima Eucaristia, a qual Ele está realmente presente em corpo, sangue, alma e divindade. Este sacramento é o mais sublime. Por isso, em manifestação de reverência e culto público, a Eucaristia é levada na procissão e às ruas podem ser enfeitadas.
No capítulo cinco do livro que escrevi, “Orar faz muito bem!”, discorro sobre o significado e importância da Eucaristia na vida cristã. Apresento um caminho para rezar o Pai-Nosso com consciência e intimidade com Cristo. Uma das petições da oração afirma “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”.
Pedir o pão material e necessário para a subsistência humana não se resume apenas ao alimento corporal. Cristo deixou um alimento espiritual que fortalece a alma e afervora a caridade sobrenatural. Lhe convido a fazer uma experiência de receber a Eucaristia não apenas formalmente, mas com profunda disposição interior e verdadeira piedade. Viva intensamente a solenidade de Corpus Christi e permita que sua vida seja sustentada pelo pão do Céu que mata a fome da alma.
Alex Nogueira é padre, mestre em Direito Canônico, professor acadêmico e autor do livro “Orar faz muito bem!”.
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