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Modestamente, na di­­mensão do Brasil em imbróglios internacionais, a questão do Oriente Médio vai desabar por aqui neste novembro. No dia 11, chega o presidente e ex-premiê de Israel, Shimon Peres. No dia 23, é a vez do presidente reeleito do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

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Refletindo as paixões que judeus e árabes (apesar de o Irã ser persa) despertam mundo afora, aqui também já começa a guerra de torcidas, com vantagem, ao menos com base no que circula na internet, para os críticos da vinda de Ahmadinejad. Razões não faltam para torcer a favor de um lado ou de outro e, principalmente, contra os dois. Aliás, o Irã é suspeito de construir a bomba; Israel já a tem.

Em foros internacionais, Ahmadinejad nega o Holocausto e chama Israel de "racista". Inter­namente, provocou uma onda de protestos e clamores de liberdade e de modernidade ao se reeleger presidente.

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Mas Shimon Peres, que levou o Prêmio Nobel da Paz em 1994 por seu esforço de negociação entre judeus e árabes, representa um país jogado contra a parede pelo "relatório Goldstone", do Comitê de Direitos Humanos da ONU, por causa da invasão de Gaza na virada de 2008 para 2009. A maioria dos 1.400 mortos era civil, quase 200 deles menores de 15 anos.

E o Brasil no meio disso, se até a atual incursão de Hillary Clinton à região está sendo um fracasso, enquanto avançam as colônias israelenses na Cisjordânia?

Planalto e Itamaraty têm a política do não isolamento, seja de que país for, e se movem a partir de três interesses: as relações bilaterais, a inserção brasileira no mundo e –por mais que cheire a megalomania – ajudar nas negociações.

O que não dá é exigir que o Brasil recuse a vinda de Ahma­dinejad e promova a aproximação com Israel, ou vice-versa: que promova a vinda de um e recuse a aproximação com o outro. Quanto mais equidistante, melhor para o Brasil.