Diante do cenário de pandemia vivido em 2020, foi necessária uma completa reestruturação nas formas de ensinar e aprender. Com as salas de aula vazias, a inserção de novas ferramentas tecnológicas foi primordial para garantir a continuidade do trabalho pedagógico e para que professores e alunos pudessem se comunicar e desenvolver atividades de maneira remota.
Com a exigência de um novo modelo de ensino, e sem tempo para preparação prévia, as escolas enfrentaram o desafio de reinventar a educação no país. Nesse sentido, o Conselho Nacional de Educação (CNE), em conjunto com o Ministério da Educação e outras entidades, tornou públicas “Orientações educacionais para a realização de aulas e atividades pedagógicas presenciais e não presenciais no contexto da pandemia”.
O parecer do CNE traça um panorama da educação no Brasil e sua relação com outros setores da sociedade a fim de dimensionar o impacto da pandemia no retorno das aulas presenciais. Orienta, porém, que o setor educacional deve, gradativamente, retomar as atividades, fato que já ocorre em alguns estados da Federação. O intuito é garantir a reintegração dos alunos ao espaço acadêmico com respeito às normas de segurança pertinentes.
As instituições de ensino têm o dever de garantir a segurança de alunos e profissionais a partir de uma série de orientações de higiene e distanciamento, assim como de realizar ações pedagógicas para a retomada de conteúdos e recuperação de defasagens de aprendizagem.
Em todo o Brasil, secretarias de Educação e escolas particulares definiram protocolo de retorno que indica o ensino híbrido. Haverá aulas remotas diárias e aulas presenciais determinadas a partir de avaliação diagnóstica, em que atividades devem ser realizadas a fim de fortalecer a retomada de conteúdo, recuperação escolar e atendimento aos estudantes com maiores dificuldades.
Ao planejar esse retorno, é preciso que a escola faça uma análise de todos os aspectos que fazem parte do processo de ensino com o objetivo de garantir a saúde do ecossistema educacional. E essa fase de readaptação dos estudantes configura um desafio, principalmente no que se refere à retomada de conteúdos após o isolamento social.
Nesse momento, é importante que a escola possa contar com tecnologia educacional e conteúdo de qualidade. Plataformas educacionais, como ecossistemas adaptativos, que oferecem trajetória de aprendizagem individualizada e acompanhamento da evolução cognitiva de cada aluno, atendem plenamente às necessidades de diagnóstico e recuperação indicadas nos documentos oficiais, principalmente neste contexto.
Considerando, ainda, que no retorno às aulas presenciais o sistema de rodízio deverá ser implantado entre os alunos para garantir a saúde e bem-estar da comunidade escolar, esse tipo de plataforma pode ser considerado um importante aliado. Proporciona aprendizado individualizado, intuitivo e autônomo, sem abrir mão do acompanhamento remoto do professor, que pode analisar, avaliar e desafiar cada aluno em sua jornada.
Assim, alunos com mais proficiência e que tenham infraestrutura adequada nos seus lares podem continuar os estudos na modalidade remota ou híbrida, liberando espaço físico e professores para o atendimento daqueles com mais dificuldades ou que dependam das instalações da escola para acesso à tecnologia, materializando a equidade na educação em prol dos direitos de aprendizagem de todos.
Soluções de ensino adaptativo e personalizado fornecem alicerce para atividades remotas, presenciais ou híbridas. Isso contribui para minimizar as diferenças ao dar condições de evolução dos alunos no próprio ritmo, de forma sustentável. Inclusive, a característica de personalização dessas soluções, com feedback em tempo real em alguns casos, vai ao encontro das necessidades educacionais de todas as modalidades de ensino ao estimular a aprendizagem com autonomia. O ecossistema adaptativo promove a progressão dos estudos, de acordo com o perfil individual, sem a necessidade de supervisão constante do professor ou de familiares, pois oferece atividades de recuperação para os alunos que apresentam dificuldades e de incentivo para aqueles que têm condições de ir além.
Regina Silva é diretora pedagógica da Unidade de Tecnologias Educacionais da Positivo Tecnologia. Este artigo foi escrito com a colaboração da consultora pedagógica Cilvia Moraes Ribeiro dos Santos.