O Ano Santo da Misericórdia, aberto pelo papa Francisco no dia 8 de dezembro, irá até 20 de novembro de 2016, tendo como lema “Misericordiosos como o Pai”. Este Ano da Misericórdia também celebra os 50 anos da conclusão do Concílio Vaticano II, que se pautou pela misericórdia e não pela severidade. Neste ano será realçada a face misericordiosa de Deus e a Igreja como instrumento da ação divina em nosso meio, superando a visão legalista e primando pelo amor de Deus à humanidade.
A Igreja reconhece que nem sempre é fácil perdoar. Isso exige conversão e abertura
Celebrava-se, na tradição judaica, o ano jubilar como um ano especial de graça, e a Igreja tem dado um sentido especial a essa celebração no calendário católico, ressaltando o perdão e a misericórdia de Deus. O Papa Francisco declarou um ano santo extraordinário ressaltando a misericórdia e o perdão que vêm como graça de Deus. Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai, pois nele torna-se visível o amor imensurável do divino pelo humano. A Igreja, como mãe, deseja que este ano possa ser um tempo favorável a todos – os que creem e os afastados – para experimentar o bálsamo da misericórdia como sinal visível em suas vidas. Nesta perspectiva, o agir de Deus na história da humanidade é um constante oferecer do perdão misericordioso na gratuidade, pois o próprio Senhor afirma: “Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9,13).
A Igreja reconhece que nem sempre é fácil perdoar, oferecer o perdão àquele que nos ofendeu. Isso exige conversão e abertura para saber perdoar, reconhecendo que sem o perdão as pessoas ficam fechadas em seus próprios egoísmos destruidores. O lado humano pesa muito no perdão, pois às vezes temos a tendência de ser justiceiros, querendo que a outra pessoa pague pelo mal que fez. Mas, na lógica da misericórdia, o humano experimenta a graça da alegria, do encontro, do perdão, reconhecendo que não é libertador guardar rancor e vingança. O perdão é libertador e curativo, trazendo paz ao coração de quem perdoa e à vida de quem é perdoado. Por isso dizia o apóstolo: “que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Ef. 4, 26).
Em muitas partes do mundo, as pessoas sentem um vazio existencial e ao mesmo tempo medo e pavor, especialmente neste mundo dilacerado por ataques terroristas, pela pobreza extrema de milhões de seres humanos, pelas guerras que apenas geram sofrimento e morte. Muitos começam a reconhecer que a ciência e a técnica por si próprias não trazem a felicidade e que as guerras apenas destroem sonhos e vidas de inocentes, e percebem que o mundo precisa respirar a misericórdia e a paz. A Igreja convida a todos a experimentar a alegria do encontro na graça de Deus que renova todas as coisas e traz esperança de um mundo melhor, mais humano e mais solidário.
O papa espera que, com o Ano da Misericórdia, alguns passos em direção à paz e à dignidade humana, de modo especial dos mais pobres, sejam realizados pelas pessoas de boa vontade. Aos cristãos fica o compromisso de tornarem mais visível a misericórdia de Deus e os atos de misericórdia para com o próximo. Que as paróquias possam oferecer com mais fervor o sacramento da reconciliação, no qual as pessoas se sintam acolhidas e ao mesmo tempo possam fazer a experiência do encontro com Jesus Misericordioso, fonte inesgotável de graça e amor.
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