Curitiba, graças ao arquiteto Jaime Lerner, então prefeito da cidade, foi pioneira na década de 1970 na base do que hoje é considerado um dos mais modernos meios de transporte urbano no mundo: o BRT (Bus Rapid Transport, ou Transporte Rápido de Ônibus). A modernidade, no entanto, ficou para trás. Hoje, as estações-tubo não servem às necessidades de segurança e abrigo da população.

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No dia 4 de julho, um homem de 64 anos caiu de dentro de uma estação-tubo que havia sido depredada por vandalismo ocorrido em manifestações no dia 21 de junho. Manifestações motivadas exatamente, a princípio, pelo preço alto e pelas péssimas condições do nosso transporte público. O fato chama a atenção para a importância das estações, onde se pagam as passagens e se aguardam os veículos de transporte. Nesse caso, os vidros e portas da estação, fabricados de forma obsoleta, não resistiram à ação dos criminosos e a Urbs, que não tinha material suficiente para reparar as três estações danificadas, anunciou gasto de R$ 1,5 milhão na restauração.

Tanto o gasto quanto o principal – o acidente – poderiam ter sido evitados se Curitiba não tivesse ficado parada no tempo, vivendo de glórias do passado. E se tivesse, como outras capitais, investido em modernas, seguras, confortáveis e espaçosas estações BRT como as que estão sendo construídas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e outras cidades. Nessas estações de passageiros, que variam de 70 a 140 metros de comprimento para comportar com comodidade um número maior de pessoas, as bilheterias são dotadas de ar-condicionado e banheiros para maior conforto dos cobradores. A infraestrutura para os usuários do transporte fornece segurança e comodidade, com portas automáticas adaptadas aos ônibus, com sistema de segurança para evitar acidentes durante a abertura ou o fechamento, e vidros sem curvatura vertical – ao contrário das estações-tubo –, o que facilita o uso e a manutenção. Monitores de televisão mostram o tempo de chegada e o destino dos ônibus, e câmeras monitoradas por uma base central de comando captam imagens do interior dos ônibus e das estações, e todo o trajeto dos veículos, permitindo a inclusão ou retirada imediata de ônibus das linhas, conforme o fluxo de passageiros.

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Curitiba cresceu quase 30% entre 1991 e 2010 e o sistema de transporte coletivo há muito tempo deixou de ser o modelo ideal, pois não foi atualizado e remodelado para comportar a demanda atual. É preciso pensar na população que enfrenta todos os dias o nosso transporte público, e é difícil entender por que os investimentos necessários não estão sendo feitos.

Pedro Paulo Skrobot é engenheiro civil da Prime Portas Automáticas.