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| Foto: Roberto Castro/ME

A sociedade brasileira tem assistido incrédula a uma sequência de trapalhadas cometidas por ministros da equipe do presidente Michel Temer, tropeços que geram instabilidade e comprometem a governabilidade da administração federal.

Em um primeiro incidente, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, deu uma declaração infeliz sobre o caixa dois: “Se pede isso, é lícito supor que caixa dois não é crime. Se não é crime, é importante estabelecer penalidades aos que infringirem a lei. Agora, quem foi beneficiado no passado, quando não era crime, não pode ser penalizado”.

Nesta mesma linha, o ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, declarou que a reforma trabalhista “poderá ampliar as modalidades permitidas de contrato formal de trabalho, chegando até a 12 horas de jornada diária”, dando margem a interpretações que comprometeram a continuidade da saudável discussão a respeito da necessária reforma.

O Palácio do Planalto precisa trabalhar melhor a sua área de comunicação

Mais recentemente, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em um evento em Ribeirão Preto (SP), ao manifestar-se a favor da Operação Lava Jato, declarou o seguinte: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”. As declarações foram feitas em 25 de setembro e, no dia seguinte, Antonio Palocci – que é de Ribeirão Preto – foi preso pela Polícia Federal. Esta inadvertida declaração, dando a entender que estava previamente a par de informações a respeito da Lava Jato, criou um enorme constrangimento ao presidente da República.

Sem discorrermos sobre o mérito das declarações dos ministros, o Palácio do Planalto precisa trabalhar melhor a sua área de comunicação, pois estes foram apenas três exemplos de grandes desgastes gerados pela sua própria equipe. Nesta época de consolidação do novo governo, o que menos a sociedade brasileira necessita é da constatação de fragilidades que venham a enfraquecer a estabilidade do Executivo.

Ademais, cabe a nós, cidadãos brasileiros, não esmorecermos diante das trapalhadas de alguns ministros nesse início de jornada de reconstrução nacional e lembrar que o que realmente interessa à nossa nação é a implementação de um verdadeiro plano de reformas estruturais, que reverta a situação caótica deixada por governos anteriores e que nos leve ao desenvolvimento de que tanto precisamos.

Por fim, é imprescindível que o Congresso Nacional faça valer a que veio e comprometa-se com uma agenda positiva e objetiva de aprovação das mudanças essenciais para o país, cumprindo assim a sua missão democrática e institucional.

Edson José Ramon, empresário e ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, é presidente do Instituto Democracia e Liberdade.
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