Imagem ilustrativa.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo / arquivo
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Falar de educação, saúde e segurança hoje no Brasil é algo um tanto quanto complicado, quando não deveria ser. São três áreas prioritárias e fundamentais para o desenvolvimento do país. Não precisamos de promessas políticas vazias, de quatro em quatro anos, desacreditadas pela maioria. É preciso que os projetos existam e sejam colocados em prática para beneficiar quem mais necessita. O público deve prevalecer ao interesse privado para aquele que sair vitorioso do pleito eleitoral. O interesse deve ser coletivo e não individual.

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Se as propostas dos candidatos nas eleições, presidenciais ou estaduais, forem analisadas no detalhe, os eleitores vão verificar que existe um plano de governo para tirar o país desta situação, mas sem propostas concretas e efetivas. Querem apenas ganhar seu voto. Vale ressaltar que este não é um problema apenas do atual governo, mas de todos os seus antecessores.

O Brasil já vem sofrendo com os problemas nos três setores há anos. Vamos focar nos investimentos feitos para o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014. Dados do Balanço Final, documento publicado pelo governo federal em 2016, mostram que o país gastou mais de R$ 30 bilhões, dos quais 82,3% com recursos vindos do orçamento público. Só com a reforma de estádios foram quase R$ 9 bilhões. Se tivéssemos investido esse dinheiro na educação, saúde e segurança, talvez já fôssemos um país mais saudável, educado e seguro. Seríamos campeões na visão do povo. Contudo, não era isso que as autoridades queriam.

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Na área da saúde, tivemos dois anos de convivência com o vírus da Covid-19 para ver o estrago que foi a ausência de investimentos nesse setor. Hospitais sem estrutura adequada para receber os doentes e os mais de 600 mil mortos vítimas da doença. Se parte dos recursos investidos na Copa do Mundo fossem destinados para equipar a saúde brasileira e o SUS, talvez não tivéssemos vivido um caos e milhares de brasileiros não teriam perdidos seus entes queridos. Essa é a saúde sem educação.

A falta de investimentos em segurança também nos assusta. Hoje não estamos mais seguros nem em nossa própria casa. Vivemos trancados entre muros e grades, enquanto criminosos estão soltos, por conta de uma justiça falha, para fazer o que quiserem. As pessoas não estão se respeitando mais. E isso dá o direito de uma pessoa invadir a festa da outra, sem ser convidado, e efetuar um disparo de arma de fogo no dono da festa, só pelo fato de estar comemorando seu aniversário com a foto do seu candidato à Presidência. Essa é a justiça sem educação.

No que se refere à educação, uma das prioridades em nosso país está sendo deixada de lado. Escândalos se sucedem por conta de desvio de verbas que deveriam ser destinadas para construções de novas escolas e para remunerar e qualificar melhor os professores. Esse é um investimento que poderia mudar a situação do Brasil e permitir a inclusão de crianças, jovens e adultos. Essa é a educação sem educação.

Independentemente de o futuro presidente da República ser de direita ou esquerda, o Brasil necessita urgentemente que as demandas e necessidades básicas do povo sejam olhadas com mais respeito e levadas a sério. Os próprios interesses devem ser deixados de lado e comece a dar prioridade à vida pública. Educação, saúde e segurança são o tripé de qualquer administração pública e serviços básicos para a formação de uma sociedade justa. Esta deve ser a prioridade dos próximos governantes.

Edison Neres Barbosa é mestre em Educação e tutor dos cursos de pós-graduação em Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

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