O turismo é reconhecidamente hoje uma das atividades econômicas que mais crescem no mundo e que mais geram postos de trabalho. De cada nove empregos existentes no mundo, um é gerado pelo turismo. Só a Torre Eiffel, em Paris, na França, o monumento mais visitado do mundo, recebe, por ano, mais de 2 milhões de turistas de todas as partes do planeta. Pelos dados da Embratur, o turismo no Brasil em 2004 gerou uma renda de 25 bilhões de dólares, quase 4% do PIB brasileiro. Nesse período, o Brasil recebeu 3 milhões e 400 mil visitantes estrangeiros, gerando uma receita de 3 bilhões e 200 milhões de dólares.
Uma atividade para a qual os municípios do Paraná não podem virar as costas. Os 100 milhões de dólares do Prodetur liberados ao Paraná devem dotar de infra-estrutura os municípios que apresentam potencial turístico, seja ele de beleza natural, cultural, gastronômico, histórico-arquitetônico, religioso ou de negócios.
Em 2006, a Associação de Municípios Turísticos do Paraná (Amutur) promoverá um seminário para orientar e repassar informações aos prefeitos paranaenses para que eles alcancem com menos dificuldades as verbas necessárias para o desenvolvimento do turismo. E é necessário haver uma gestão democrática desses recursos. A fim de que o Prodetur seja a mola propulsora do turismo em várias localidades que até hoje não conseguiram gerar emprego e renda com a atividade turística por pura carência de infra-estrutura adequada.
São muitos projetos criativos e altamente viáveis para desenvolver o turismo em todo o litoral do Paraná. Um deles é o Corredor de Turismo que, a exemplo do Corredor de Exportação, modernizará ainda mais o Porto de Paranaguá, dando-lhe uma nova função, pois dotará o Porto de toda a infra-estrutura turística necessária para receber os turistas dos grandes transatlânticos, com a construção de um píer dedicado a esse tipo de embarcação, que costuma trazer, cada uma, cerca de dois mil turistas de alto poder aquisitivo.
Com esse ambicioso projeto, Paranaguá se credencia para ser o portão de entrada dos turistas estrangeiros no Paraná pelo mar, assim como Foz do Iguaçu é portão de entrada de turistas estrangeiros no Paraná pelo ar. Queremos ser o distribuidor de turistas do litoral para as outras cidades do nosso estado.
Sobram boas idéias, em todos os cantos e recantos do Paraná. Idéias viáveis e com pensamento de longo prazo, a fim de perenizar a atividade turística. Citemos o Corredor Fluvial, projeto que visa ao aproveitamento e preservação da bacia fluvial paranaense, com a recuperação das matas ciliares, que beneficiará todos os municípios por onde passam os rios Iguaçu, Tibagi, Piquiri, Ivaí, Paraná e Paranapanema com turismo ecológico, de pesca e de aventura.
E não podemos nos esquecer de projetos turísticos interessantes como o Caminho do Itupava, antiga trilha dos tropeiros, e o Caminho do Peabiru, dos antigos indígenas, que pretende seguir os rumos do mundialmente famoso Caminho de Santiago de Compostela, no norte da Espanha.
Há ainda projetos turísticos para a Serra da Graciosa, as festas regionais, culturais e de colheita, além dos rodeios e festas religiosas. Enfim, uma série de oportunidades viáveis esperando por um incentivo, por vezes pequeno, comparado aos benefícios que trarão para as suas comunidades e ao retorno que trarão para a economia do Paraná.
Limpa, geradora de empregos e de riqueza, preservacionista e edificante, a indústria do turismo precisa se multiplicar no Paraná. E que venham projetos, idéias e financiamentos para fazer do Paraná um exemplo para o Brasil também no turismo.
José Baka Filho é presidente da Associação dos Municípios Turísticos do Paraná (Amutur) e prefeito de Paranaguá.
