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Em agosto e setembro de 2016, o Rio de Janeiro sediou com muita expectativa os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. E tudo isso trouxe diversos benefícios não apenas para os cariocas, mas para todos os brasileiros.

Desde a escolha da cidade como sede, em 2009, foram muitos os desafios de preparação e superação, desde a parte estrutural e melhorias nos transportes até a construção de instalações olímpicas e locais para treinamento dos atletas de alto rendimento. A intenção sempre foi a de deixar também um legado olímpico para que atletas pudessem se desenvolver nas mais diversas modalidades. É com orgulho que obtivemos sucesso nos Jogos Rio 2016. A capital fluminense recebeu de braços abertos mais de 1,5 milhão de turistas e 15 mil atletas de 206 países.

A fim de que tudo isso fosse viável, os governos municipal, estadual e federal se uniram para dar origem às diversas instalações, entre as quais o Parque Olímpico da Barra, coração dos Jogos Rio 2016. O local, com 1,18 milhão de metros quadrados, é formado pelas Arenas Cariocas 1, 2 e 3, o Velódromo, a Arena do Futuro, o Estádio Aquático, o Centro Olímpico de Tênis, o Parque Aquático Maria Lenk e a Jeunesse Arena.

Parcerias já estão sendo negociadas com a iniciativa privada para melhor destinação dos espaços

Um novo desafio, então, se delineou com o fim dos Jogos: a execução do legado olímpico. Atualmente, parte desses equipamentos está sob a responsabilidade da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO). De iniciativa do Ministério do Esporte e instituída em março de 2017, por meio de uma medida provisória, essa autarquia gerencia o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis, bem como as Arenas 1 e 2, após a prefeitura do Rio não ter obtido sucesso com seu projeto de gestão de parceria público-privada. A AGLO também passa a responder por alguns equipamentos em uma área do Exército, no bairro de Deodoro, instalações que foram sede de diversas modalidades tanto nos Jogos Olímpicos quanto Paralímpicos, como tiro esportivo, basquete feminino, rugby, pentatlo moderno, hipismo e hóquei. A AGLO ficará responsável por administrar e fomentar a utilização dessas instalações olímpicas e paralímpicas até 30 de junho de 2019.

Tanto na Barra da Tijuca quanto em Deodoro, o legado já vem sendo executado por meio dos treinamentos, competições das mais diversas modalidades e uso do espaço para realização de eventos culturais e esportivos, bem como alguns projetos sociais. Além disso, parcerias já estão sendo negociadas com a iniciativa privada para melhor destinação dos espaços. Eventos de entretenimento também estão previstos no Parque Olímpico da Barra, como o Rock in Rio, em setembro. No mesmo período, o ComicCon e o Game XP, voltados para a cultura pop e geek, ocorrerão pela primeira vez no Rio de Janeiro, nas Arenas Cariocas 1 e 2.

E não é só isso. Em menos de seis meses, já organizamos diversos eventos de grande porte, como a etapa brasileira do Circuito Mundial de Vôlei de Praia e os projetos sociais Brincando com Esporte e o Esporte e Cidadania para Todos. As ações, criadas pelo Ministério do Esporte, visam a integração de mais de 1,5 mil crianças carentes de comunidades do entorno do Parque com modalidades esportivas.

O calendário oficial do legado olímpico é extenso. Em maio, o Velódromo recebeu a 1.ª edição do Rio Bike Fest, em que 120 ciclistas fizeram um passeio ciclístico para um público de 3 mil pessoas. No mesmo local também foi sediado o Campeonato Estadual de Pista 2017. E um espaço como esse, com infraestrutura completa para os ciclistas, não poderia ficar fechado. Como mais uma vantagem para a população, a AGLO reabriu o Velódromo para treinamentos semanais de atletas de pista e eventos esportivos. A Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecierj) também dispõe de bicicletas para que a população tenha uma experiência supervisionada com o ciclismo de velocidade. A modalidade esportiva, embora ainda pouco difundida no Brasil, chegou a ter Gideoni Monteiro como competidor brasileiro, que participou da prova depois de 24 anos sem nenhuma representação do Brasil no esporte. A pista do equipamento é considerada a mais rápida do mundo, permitindo que ciclistas cheguem a 80 km/h. Durante os Jogos Olímpicos de 2016, foram batidos ali 33 recordes mundiais, motivo de orgulho para os brasileiros.

L eia também:O brasileiro e o esporte, um ano depois da Rio 2016 (artigo de Gilberto Godoy Filho, publicado em 5 de agosto de 2017)

Leia também:Abandono olímpico (editorial de 28 de fevereiro de 2017)

Outra instalação do Parque da Barra da Tijuca, o Centro Olímpico de Tênis, também recebeu diversas competições, como o Gigantes da Praia, reunindo os quatro atletas do vôlei de praia medalhistas nos Jogos Rio 2016.

Outros legados olímpicos também estão em processo de implementação no Parque, como o Museu Nacional do Esporte – que terá exposição permanente de acervos esportivos e um memorial de objetos usados nos Jogos Rio 2016; e a visita guiada, projeto da AGLO que permite à população conhecer os equipamentos olímpicos e paralímpicos.

O modelo de gestão da AGLO é outro destaque pela sustentabilidade, já que é focado na redução de desperdício de água, energia e com o mínimo possível de terceirização dos serviços. Além disso, o objetivo final é fazer com que o Parque Olímpico seja conhecido como uma referência em treinamento esportivo desde atletas iniciantes até os de alto rendimento.

Tudo isso consolidado em um Plano de Legado, proposto em junho desse ano, cuja finalidade é tornar o Brasil conhecido internacionalmente por adequar de maneira rápida as instalações olímpicas. A AGLO tem certeza de estar no caminho certo, buscando parcerias e valorizando o esporte brasileiro.

Paulo Márcio Dias Mello é presidente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico.
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