A cada dia vemos crescer a distância do Brasil para os países mais desenvolvidos em termos de Ciência , Tecnologia e Inovação, com reflexos diretos no ritmo de crescimento da nossa economia. A tarefa de reverter este quadro é missão de todas as grandes forças da sociedade.
Desde os anos 90 tem sido difundido o modelo denominado de “Tríplice Hélice” , proposto por Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff, baseado na perspectiva de uma interação sinérgica entre a academia, o setor produtivo e o governo, visando à produção de novos conhecimentos, a inovação tecnológica e ao desenvolvimento econômico.Cada componente deve desenvolver suas tarefas de modo integrado e harmônico com os interesses e objetivos dos demais , alinhando-se projetos estratégicos, estruturas e ativos.Cabe às universidades a produção do conhecimento utilizando suas estruturas de pesquisa e pesquisadores , além da massa crítica dos alunos dos programas de pós-graduação. Ao setor produtivo cabe estabelecer as demandas e fornecer recursos financeiros para suportar as atividades próprias de Pesquisa & Desenvolvimento ou aquelas desenvolvidas nos institutos de pesquisa vinculados ou não às Universidades. Finalmente cabe ao governo o papel de regulador e fomentador da atividade econômica.
O ecossistema de inovação poderá contribuir como diferencial competitivo para garantir maior desenvolvimento
- Da Praça Santos Andrade à Praça dos Três Poderes (artigo de Zaki Akel Sobrinho e Ricardo Marcelo Fonseca, publicado em 11 de abril de 2015)
- Inovação e qualidade na graduação: desafios da universidade de inclusão social (artigo de Zaki Akel Sobrinho e Maria Amelia Sabbag Zainko, publicado em 10 de agosto de 2014)
Um elemento central para o funcionamento deste modelo tem sido o papel desempenhado pelas agencias de inovação, ligadas às universidades, pois conseguem articular os interesses do setor produtivo e , juntamente com as fundações de apoio, atuam na elaboração de políticas públicas de estímulo á inovação.
Na UFPR a Agência de Inovação, criada em 2008, possui três coordenações. A Coordenação de Propriedade Intelectual é responsável pela gestão da propriedade intelectual das novas tecnologias passíveis de proteção, garantindo a orientação e apoio aos pesquisadores e administra os processos de proteção frente ao INPI e demais instituições competentes.Hoje possuímos 394 pedidos de patentes , 6 patentes concedidas e 17 programas de computador.
A Coordenação de Transferência de Tecnologia tem como finalidade assegurar que o conhecimento científico e tecnológico produzido na UFPR esteja ao alcance do setor produtivo, a fim de que sejam desenvolvidas aplicações práticas a partir dos resultados das investigações científicas realizadas na Instituição.Temos 35 contratos de licenciamento e 35 contratos de co-titularidade.
Por fim, a Coordenação de Empreendedorismo e de Incubação de Empresas contribui para o fortalecimento da cultura empreendedora na UFPR com a capacitação e aprimoramento de empreendedores e no auxílio ao desenvolvimento de novas empresas por meio da incubação de negócios tecnológicos e de impacto social. Possuímos três empresas incubadas e 7 empresas graduadas.
Assim como na UFPR, temos também uma ótima rede de fomento à inovação na UTFPR, na PUC -PR e na Universidade Positivo. E este é um momento oportuno para formalizarmos uma aliança estratégica para que a partir deste “quadrilátero acadêmico”, possamos estabelecer uma ação ainda mais propositiva com os órgãos de governo responsáveis pelas atividades de C,T & I –Ciência , Tecnologia e Inovação , tanto no plano estadual como no Federal, bem como continuemos as atividades de construção coletiva com as entidades representativas do Setor Produtivo. Certamente o ecossistema de inovação paranaense poderá contribuir de modo decisivo como diferencial competitivo para garantir um maior desenvolvimento econômico e social sustentável para a nossa economia. Mãos à obra!
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